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    Rachel de Almeida Egas (1929-2014) - Em sua casa, sempre cabia mais um

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    23/09/2014 00h01

    A casa de Rachel Egas não era lá muito grande, apenas dois quartos para uma família com quatro filhos. Isso, porém, não era motivo para ela deixar de receber visitas.

    Juntava duas camas, improvisava um colchão, sempre dava um jeito de fazer caber mais um, principalmente se fossem os sobrinhos.

    Enquanto os pequenos brincavam —e podiam se sujar de lama, rasgar a roupa, tomar banho de chuva—, ela preparava a comilança.

    Às vezes, sentava à porta da cozinha, colocava uma bacia sobre a saia comprida e descascava dúzias de laranjas para alegrar a garotada.

    Também sabia ser brava quando considerava necessário. Obrigava os filhos a comerem frutas e verduras e, se acabava a paciência, mandava todos dormirem logo.

    Rachel era caseira, mas gostava de receber visitas e de ficar na janela, olhando para as casinhas que formavam a vila onde morava, em Pinheiros, zona oeste paulistana.

    Conselheira, parava para ouvir o tempo que fosse necessário. Olhando fundo nos olhos, sempre orientava com carinho: "Tenha paciência".

    Depois de se separar, nos anos 1970, chegou a trabalhar fora, mas largou o emprego a pedido dos filhos.

    No final da década seguinte, com a ajuda de uma das filhas, passou a vender bolos e trufas, negócio que durou uns 20 anos. Aliás, adorava chocolate; se tinha em algum doce, jamais recusava.

    Sofria do mal de Alzheimer. Morreu no dia 7, aos 85 anos, após um AVC (acidente vascular cerebral). Deixa os filhos, Maria Lúcia, Ruth, João Carlos e Álvaro, e quatro netos.

    coluna.obituario@uol.com.br

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