Novo superintendente da Santa Casa de São Paulo, Irineu Massaia, 38, estuda reestruturar a gestão profissional do complexo hospitalar, que é objeto de auditoria do governo estadual e de investigações do Ministério Público.

Segundo a Folha apurou com funcionários, o novo superintendente avalia renovar quadros de comando, o que pode levar a demissões.

Nesta segunda-feira (22), Massaia assumiu o posto que era de Antonio Carlos Forte. Na mesma data, Antonio Carvalho assumiu a tesouraria, no lugar de Hercílio Ramos.

Forte e Ramos deixaram a Santa Casa depois de a Folha revelar que os dois, sócios de uma empresa de consultoria, receberam pelo menos R$ 100 mil do principal fornecedor de insumos do hospital, o grupo Andrade Gutierrez.

	Daniel Guimarães - 03. abr.14/Folhapress
	Prédio principal da Santa Casa de SP; Novo dirigente avalia demissões na unidade

TRAJETÓRIA

Massaia se formou em medicina na faculdade da Santa Casa, onde também é professor e diretor de departamentos. Tem doutorado em patologia pela USP.

É "irmão" remido –ou seja, membro da irmandade que gere o complexo.

A superintendência é o posto mais alto na hierarquia da gestão profissional da Santa Casa. Há, paralelamente, a gestão voluntária, exercida pelos "irmãos" em postos como o de provedor (o mais importante da instituição) e o de tesoureiro.

Forte e Ramos negam ter prejudicado a instituição. A Andrade Gutierrez afirma que o contrato era "legítimo" e que "repudia qualquer ilação de benefício concedido a uma de suas empresas".

A Logimed, braço do grupo na área de saúde, fornece medicamentos e materiais como esparadrapos e gaze.

Em julho, quando fechou por 28 horas o seu pronto-socorro, a Santa Casa afirmou que metade de sua dívida com fornecedores, então no valor de R$ 50 milhões, era com a Logimed.