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    Alunos têm de estudar e não 'encher a cara', diz diretor da Poli

    GIBA BERGAMIM JR.
    GIOVANNA BALLOGH
    THAIS BILENKY
    DE SÃO PAULO

    25/09/2014 02h00

    O diretor da Poli (Escola Politécnica da USP), José Roberto Castilho Piqueira, afirmou que a instituição não é lugar para "encher a cara". A afirmação à Folha foi dada após ele proibir a realização de festas na faculdade.

    A medida anunciada na quarta-feira (24) acontece depois a morte de Victor Hugo Santos, 20. O estudante de design do Senac foi achado morto na raia olímpica da USP, na Cidade Universitária, após participar de evento do Grêmio Politécnico no velódromo.

    O Cepeusp (Centro de Práticas Esportivas da USP) suspendeu os eventos já programados, enquanto a Poli proibiu a realização das festas.

    "A medida é óbvia. Para preservar o espaço público, a integridade das pessoas e também porque os alunos têm que estudar, e não fazer festa e encher a cara", disse.

    A decisão foi comunicada ao presidente do grêmio, André Simmonds, que organizou a festa do fim de semana.

    Pelo ofício, não serão concedidas autorizações para festas ou outros eventos com bebida alcoólica. Permissões já concedidas estão canceladas.

    O veto foi motivado não só pelo caso de morte, mas também por outros registros de violência e dano ao patrimônio em festas, diz a direção.

    Piqueira, que está no cargo desde março, disse que já havia negado aos alunos permissão para que a festa do último fim de semana ocorresse na Poli. Eles recorreram então ao velódromo, sob responsabilidade do Cepeusp.

    Segundo o diretor, o acordo com os alunos era para que fossem feitas confraternizações menores e "mais amenas". "Cansei de pedir, agora estou mandando [acabar]", afirmou.

    Piqueira disse ainda que a decisão visa evitar que episódios como a morte "denigram a imagem" da Poli. "Não quero o nome da escola associado a isso. Somos a escola de Paula Souza [engenheiro, fundador da Poli], de Ramos de Azevedo [arquiteto, autor do Theatro Muncipal], com 121 anos de trabalho."

    Simmonds, presidente do grêmio, disse que a ordem da direção era esperada. "Não há nem condições para pensar em festa."

    Segundo ele, a receita das festas é revertida para ações sociais promovidas pela Poli, como o cursinho preparatório para vestibulares, que existe desde 1987.

    CENTROS ESPORTIVOS

    Os diretores do Cepeusp decidiram suspender todas as festas já programadas.

    A suspensão é válida até 21 de outubro, quando ocorrerá a reunião do conselho gestor da USP para discutir a continuidade ou não das festas dentro do campus.

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