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    Para amigos e familiares, sequestrador de Brasília era 'cara pacato'

    CECÍLIA SANTOS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM PALMAS

    29/09/2014 17h57

    Amigos e familiares de Jac Souza dos Santos, que manteve refém por mais de sete horas um funcionário de um hotel em Brasília, durante a manhã e a tarde desta segunda-feira (29), contam que o jovem de 30 anos nunca aparentou ter problemas psíquicos e era uma pessoa tranquila.

    Santos libertou o mensageiro José Ailton, 55, e se entregou à polícia por volta das 16h. Não houve feridos.

    José Alves de Souza, tio de Jac, acompanhou o sequestro pela televisão e disse estar chocado com o ocorrido. "Ele sempre foi um menino tranquilo, nunca deu trabalho. Nunca esperamos ver o que estamos vendo agora", disse, quando a ação ainda não tinha chegado ao fim.

    Foi ele quem socorreu a mãe de Jac, Lourdes Souza, quando ela foi informada da situação do filho. "Ela teve que ir para o hospital e ser medicada. Minha irmã não estava acreditando", contou.

    Segundo o tio, Santos nasceu e cresceu no município de Combinado, no sudeste do Tocantins. Irmão caçula de quatro filhos, de acordo com o familiar, Jac tem muitos amigos na cidade onde sempre morou.

    Um dos amigos de infância dele, Deibson Moreira de Araújo, estudou com Santos da 7ª série ao ensino médio. Foi ao pai dele que o jovem teria contado sobre a viagem à Brasília.

    "Meu pai e Jac trabalham juntos. Ele se encontrou com meu pai no último sábado e avisou que iria para Brasília no fim de semana, mas que estaria de volta na segunda de manhã. No escritório, ele deixou para a mãe uma carta de duas páginas. A carta tinha um tom de despedida e era um pedido de desculpa, mas não especificava o que ele ia fazer ou se ele ia fazer algo", disse.

    Araújo contou que o amigo nunca se envolveu em brigas e aparentemente era um "cara pacato". Disso, no entanto, que na adolescência ele teve episódios de "agressividade consigo mesmo".

    "Ele nunca brigou com ninguém, mas, às vezes, perdia a paciência com ele mesmo e ficava nervoso, agressivo com ele mesmo", afirmou.

    Glória Pereira, que trabalhou ao lado de Santos durante quatro anos na Prefeitura de Combinado, no período em que ele foi secretário de Agricultura e Agropecuária na cidade, disse que não acreditava no envolvimento dele no sequestro.

    "O Jac que eu conheço não é essa pessoa que está fazendo isso. Ele sempre foi um cara sonhador, que acreditava numa política diferente, mas nunca foi agressivo. Nem mesmo se alterava. Toda a cidade está sem acreditar, todo mundo está abalado com o que está acontecendo", afirmou.

    Santos está envolvido com a política local e trabalha em um comitê eleitoral. Em 2008, foi candidato a vereador.

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