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    Gestão Haddad prevê gastar 27% a menos com novos projetos em 2015

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    01/10/2014 02h00

    Com dificuldades financeiras, a gestão Fernando Haddad (PT) prevê investimentos 27% menores para 2015 (penúltimo ano de seu governo) em comparação com a previsão feita para este ano.

    Em 2014, a prefeitura enfrenta problemas para incrementar sua receita e, por isso, deve conseguir gastar efetivamente apenas R$ 4,4 bilhões dos R$ 10,7 bilhões previstos para novos projetos.

    Entre outros percalços, a administração municipal não conseguiu elevar a arrecadação com o IPTU, cujo aumento foi barrado na Justiça.

    Por essa razão, a previsão de investimentos para o ano que vem é bem mais modesta, de R$ 7,8 bilhões.

    O Orçamento foi enviado pelo prefeito para a Câmara Municipal e precisa ser votado até o fim do ano.

    "Quanto mais próximo da realidade a gente fizer um Orçamento, melhor. É o que a gente tenta", afirma a secretária municipal de Planejamento, Leda Paulani.

    Só o valor comprometido com o IPTU, caso a Justiça barre definitivamente o aumento, é de R$ 789 milhões.

    EDUCAÇÃO

    De acordo com o secretário municipal de Finanças, Marcos Cruz, a área mais prejudicada por uma eventual perda desse montante seria a de educação.

    O setor, porém, é o que possui a maior fatia do Orçamento reservada –R$ 9,2 bilhões, 7% a mais do que neste ano.

    Editoria de Arte/Folhapress

    O total do Orçamento do município previsto para 2015 é de R$ 51,3 bilhões, o equivalente ao custo de duas Copas do Mundo.

    A previsão para 2014 foi um pouco menor, de R$ 50,5 bilhões. No entanto, o total de receita prevista deve chegar apenas a R$ 43,5 bilhões.

    A prefeitura diz que a falta de recursos próprios impediu que ela recebesse investimentos federais. Isso acontece porque uma regra determina que, para captar verba da União, o município tem de dar uma contrapartida.

    A prefeitura atribui a falta de verba para contrapartida à suspensão do reajuste do IPTU e diz que, por essa razão, teve de abrir mão de 200 novos leitos em hospitais, 20 km de novos corredores e 40 mil vagas de creches.

    "Alguns dos convênios previstos para o ano passado não se materializaram ainda e estão previstos para o ano que vem", diz Leda Paulani.

    Da previsão para investimentos, R$ 4,3 bilhões (56%) são do governo federal.

    A prefeitura também terá de lidar com novos gastos, entre eles o possível aumento do subsídio ao transporte público, caso decida não elevar a tarifa de ônibus.

    Em junho de 2013, o aumento desencadeou uma série de protestos, que se espalharam pelo país.

    Nos bastidores, a gestão petista avalia que ainda é cedo para novo reajuste.

    Os aumentos serviriam para cobrir parte dos subsídios pagos às empresas. Neste ano, segundo a prefeitura, o gasto foi de R$ 1,4 bilhão.

    DÍVIDA

    Desde que assumiu, o prefeito se queixa de problemas financeiros na cidade.

    Haddad contava com a aprovação, pelo Congresso Nacional, de um projeto para alterar a fórmula de cálculo da dívida.

    Se aprovada, a proposta resultaria numa economia estimada de 40% do total devido pelo município (cerca de R$ 60 bilhões).

    Intervenções mais baratas, como faixas de ônibus e ciclovias, foram a solução encontrada para tentar driblar a falta de dinheiro.

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