• Cotidiano

    Sunday, 19-May-2024 13:19:17 -03

    Rio de Janeiro

    Polícia prende terceira suspeita de participar de aborto que matou mulher no Rio

    DIANA BRITO
    BRUNA FANTTI
    DO RIO

    01/10/2014 09h47

    Uma terceira suspeita de envolvimento no aborto que levou a morte de Elizângela Barbosa, 32, foi presa na noite desta terça-feira (30) após se entregar na Divisão de Homicídios de Niterói, na região metropolitana do Rio.

    Segundo a polícia, Sheila Cristina Silva Teixeira, 37, terá que cumprir prisão temporária de 30 dias pelos crimes de homicídio doloso e formação de quadrilha.

    Nesta terça, também foram presos a mãe de Sheila Teixeira, Lígia Maria Silva, apontada como autora do crime e líder do esquema de abortos clandestinos, e Rildo José Medeiros dos Santos, auxiliar de enfermeiro suspeito de levar Elizângela até a casa de Lígia, que realizava abortos havia pelos menos 16 anos, de acordo com a polícia. Ela se entregou na delegacia e ele foi preso no município de Maricá, região dos Lagos.

    A Folha procurou os advogados dos suspeitos presos, mas eles não foram localizados. Segundo a polícia, o aborto de Elizângela foi realizado na cama de Lígia. A mulher estava grávida de cinco meses e morreu em uma clínica clandestina que funcionava na casa onde a suspeita morava, no último dia 20, em Niterói.

    De acordo com o delegado Adílson Palácio, responsável pelo caso, Lígia Silva contou em depoimento detalhes de como teria sido o aborto.

    'Ela (Lígia) afirmou que injetou um remédio via intravenosa ainda no sábado e dormiu ao lado de Elizângela, na sua cama. No dia seguinte, pela manhã, o feto foi expelido e jogado na lixeira. A acusada disse ainda que Elizângela não parava de sangrar, mas não teria sido introduzido nenhum objeto para acelerar o aborto', relatou Palácio à Folha.

    O depoimento contradiz o laudo da perícia cadavérica do corpo de Elizângela que encontrou um tubo de plástico no seu útero, além de uma perfuração no intestino.

    A polícia apreendeu o colchão com manchas de sangue, mas a perícia ainda não ficou pronta para atestar se o sangue era mesmo de Elizângela.

    Santos prestou depoimento na tarde desta terça-feira (30), na Divisão de Homicídios. Ele relatou, segundo os policiais, ter indicado outras três mulheres para fazerem aborto com Lígia, sendo o primeiro caso na década de 1990, em endereço não revelado.

    A polícia ainda procura o outro filho de Lígia Silva, Wagner Silva. Ele é foragido da Justiça sob acusação de integrar a quadrilha.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024