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    Feiras 'cortam' ciclovia na região do Cambuci durante três dias em SP

    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    02/10/2014 02h00

    A ciclovia do Cambuci, na região central de São Paulo, já pode ser apelidada de "ciclofeira". Ao longo de seus 4 km, o trecho inaugurado em setembro passa por três feiras livres diferentes: uma às terças, uma às quintas e outra aos domingos.

    Em todas, as barracas ficam sobre a faixa vermelha que delimita a passagem exclusiva para as bicicletas.

    Em nenhuma delas há sinalização informando o ciclista de que os trechos são periodicamente interditados.

    "Ficou uma situação engraçada, não é? Parece até rodízio para ciclista. Cada dia o cara fica proibido de andar em um ponto da ciclovia", diz Antônio Goes, 58, que reforma estofados na rua Teodoreto Souto, bloqueada por barracas toda quinta-feira.

    Ali, a feira ocupa mais de de 400 metros da ciclovia.

    Aos domingos, as barracas interrompem o passeio das bicicletas na rua Inglês de Souza. Semirames Guerreiro, moradora do bairro, calcula que feira está há quase 60 no local. "Ninguém da prefeitura avisou nada para os feirantes. Parece que ninguém prestou atenção que tinha a feira aqui quando resolveu fazer a ciclovia", disse.

    Os feirantes temem perder o espaço para as bikes. "Do jeito que está, a gente atrapalha os ciclistas ou os ciclistas atrapalham a gente. Espero não ter que sair daqui", diz Regina Iamagushi, 65, que há mais de dez anos trabalha na feira do cruzamento das ruas Estéfano e Cesário Ramalho, bloqueada às terças.

    O feirante Amadeu Carim, 52, reclama ainda dos tachões (conhecidos como tartarugas) que isolam a ciclovia da pista para os carros.

    "A gente paga imposto justamente para a prefeitura. Então, acho que nada muda, a gente pode ficar aqui", argumenta ele, apontando para sua barraca sobre a ciclovia.

    PLANEJAMENTO

    A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diz que seu planejamento para as ciclovias leva em conta outros equipamentos públicos da cidade, incluindo feiras livres.

    A companhia afirma ainda que, eventualmente, pode solicitar o remanejamento ou a adequação da feira.

    Nos casos em que as passagens são interrompidas, o órgão recomenda que o ciclista desça da bicicleta e atravesse o trecho a pé, empurrando o veículo.

    A CET informa também que irá instalar no local placas de sinalização para orientar ciclistas e feirantes.

    A meta da gestão Fernando Haddad (PT) é atingir 400 km de ciclovias na cidade até 2015. Desde o ano passado, foram feitos 79,7 km.

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