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    Cantareira fica abaixo de 6% e Sabesp pede para usar novo volume morto

    DE SÃO PAULO

    06/10/2014 09h19

    O nível do sistema Cantareira voltou a cair nesta segunda-feira (6). De acordo com o boletim divulgado nesta manhã pela Sabesp, o manancial opera com 5,8% de sua plena capacidade.

    A situação é a mais crítica da história, segundo levantamento da companhia. Para se ter uma ideia, no ano passado no mesmo dia, o volume armazenado era de 40,1%.

    Nesta segunda, a Sabesp deve entregar à ANA (Agência Nacional de Águas) o novo plano de operação do Cantareira.

    Nacho Doce/Reuters
    Sistema Cantareira opera nesta segunda com 5,8% de sua capacidade
    Sistema Cantareira opera nesta segunda com 5,8% de sua capacidade

    O plano, que traz a estratégia prevista até o final de abril do ano que vem, foi a condição imposta pela agência para avaliar a autorização do uso da segunda cota do chamado volume morto (água que fica abaixo do nível de captação por gravidade).

    A expectativa da Sabesp agora é usar mais 106 milhões de metros cúbicos na nova reserva técnica. Segundo o secretário estadual de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, a primeira cota da reserva técnica do Sistema Cantareira deve se esgotar no dia 21 de novembro.

    Desde maio, o abastecimento da região metropolitana de São Paulo é feito com o uso da reserva técnica conhecida como volume morto. Esse recurso entrou em operação em 16 de maio, quando o volume útil tinha baixado para 8,2%. Naquele período, houve acréscimo de 18,5% na oferta, o equivalente a 182,5 bilhões de litro.

    JÁ ERA ESPERADA

    A falta d'água em São Paulo já era esperada desde 2011. É o que mostra um relatório da Sabesp obtido pela Folha.

    Segundo o documento, a companhia estadual estava operando no ano anterior (2010) com deficit de 1.500 litros por segundo entre a demanda e a oferta de água estimadas para a região metropolitana. Segundo o estudo, só não faltou água porque a situação hidrológica era "favorável".

    O relatório ainda diz que esse deficit tendia a aumentar nos anos seguintes, chegando a um máximo de 5.800 litros por segundo em 2015 -água suficiente para atender 1,7 milhão de pessoas.

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