A ida de Aécio Neves (PSDB) para o segundo turno da eleição presidencial, impulsionado pelos votos de São Paulo, faz com que o tema da crise hídrica seja tratado com cautela pela gestão de Geraldo Alckmin (PSDB).
Nos bastidores, o medo é que qualquer medida impopular possa respingar sobre a candidatura do tucano.
Após conseguir folgada reeleição no primeiro turno, o governador criticou adversários pelo uso político da crise hídrica no Estado.
"Em fevereiro, [diziam que] ia faltar água. Não faltou. O mesmo em março, abril, maio, junho, julho, agosto e setembro. Acabou o inverno, já entramos na primavera e não vai faltar", disse.
Alckmin voltou a negar que haverá racionamento.
"Seria um erro do ponto de vista técnico, porque fizemos com o bônus uma economia equivalente a 36 horas com água e 72 horas sem", afirmou o governador.
A Sabesp não entregou até as 18h30 desta segunda-feira (6) à agência federal de águas (ANA) o plano para operar as reservas do sistema Cantareira, que abastece a região metropolitana de São Paulo e vive sua maior crise.
O planejamento, previsto para ser entregue nesta segunda (6), é uma exigência da agência reguladora para autorizar a captação da segunda cota do volume morto das represas, reserva que fica abaixo do nível de captação.
A ANA chegou a receber uma versão do documento em 26 de setembro. Porém, segundo a agência, três dias depois a Sabesp solicitou mais cinco dias úteis para "correção e entrega de novos estudos".
Este prazo venceu na segunda (6), dia seguinte ao das eleições. Segundo a ANA, a Sabesp já pediu duas prorrogações do prazo de entrega.
O governador, no entanto, nega que houvesse prazo para a entrega documento.
À Folha, a Sabesp afirmou que o plano será entregue quando ficar pronto.
Nesta segunda-feira (6), o volume do sistema Cantareira voltou a cair e chegou a 5,8% da capacidade, batendo mais uma vez a pior marca da história.