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    Brasil continua com poucas chances de transmissão do ebola, diz ministro

    FLÁVIA FOREQUE
    DE BRASÍLIA

    11/10/2014 11h59

    O ministro Arthur Chioro (Saúde) afirmou neste sábado (11) que o Brasil "continua sendo um país com poucas chances de transmissão" do ebola. Na manhã de hoje, foi divulgado resultado negativo do primeiro teste para a doença do paciente Souleymane Bah, 47.

    Esse foi o primeiro caso suspeito da doença no Brasil. Dado seu histórico de viagem - Bah veio de Guiné, um dos países mais afetados pelo vírus - o africano foi isolado após se apresentar com quadro febril em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Cascavel (PR).

    O africano ficará em isolamento ao menos até a próxima segunda-feira, quando o resultado de um novo exame de sangue será divulgado. Na manhã deste domingo, uma nova amostra de sangue será colhida. Se confirmado resultado negativo, as pessoas com quem teve contato também deixam de ser monitoradas.

    "Não diria que será inevitável [a transmissão da doença no Brasil]. (...) É possível que apareçam outros casos suspeitos, mas continuamos trabalhando [com a perspectiva] de que não teremos volume de casos de forma epidêmica, explosiva", disse Chioro.

    "Ter transmissão populacional como tem na África Ocidental não tem condições disso ocorrer [no Brasil], porque controlar o ebola não é tão complicado. Ebola não transmite pelo ar, isso faz uma diferença tremenda.Ebola só [transmite para] quem pega na pessoa que está com diarreia, vômito. Esse não é um contato comum", lembrou o secretário de vigilância em saúde, Jarbas Barbosa.

    Chioro elogiou ainda os procedimentos adotados no caso e ponderou que "o passo a passo não teria sido alterado", caso o resultado do exame tivesse dado positivo. "O caso poderia ter sido confirmado, mas não teria alterado o conjunto de procedimentos que fizemos até o momento."

    O ministro afirmou que Bah apresenta quadro estável, sem manifestar nenhum sintoma. Também não foram detectados sintomas nas pessoas com quem ele teve contato no Paraná.

    TRAJETO

    Bah chegou ao Brasil no dia 19 de setembro, após sair no dia anterior da Guiné, com conexão em Marrocos. O país da África Ocidental já registrou casos da doença e, por isso, ao se apresentar com febre na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Cascavel (PR), foi considerado como caso suspeito do ebola.

    Ontem pela manhã, foi transferido em avião da FAB (Força Aérea Brasileira) para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, no Rio, onde foi colhido o material para o primeiro exame.

    No Paraná, 64 pessoas que tiveram contato com Bah desde o início dos sintomas ficaram em "quarentena", e tiveram a temperatura monitorada. O governo havia classificado como "baixo" o risco de contaminação.

    "Se o caso também for descartado como ebola no segundo exame, o paciente sairá do isolamento e o sistema de vigilância dos contactantes será desmontado", disse o ministério neste sábado.

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