• Cotidiano

    Saturday, 04-May-2024 11:06:27 -03

    Com medo de roubos e arrastões, alunos da USP recorrem a 'escoltas'

    ANGELA BOLDRINI
    NATÁLIA CANCIAN
    DE SÃO PAULO

    12/10/2014 02h00

    Com medo de roubos e arrastões, cada vez mais frequentes, alunos da USP mudam a rotina e recorrem até a "escolta" de seguranças dentro do campus e nos arredores da Cidade Universitária.

    Depois de ser assaltada ao voltar da universidade, em fevereiro, a estudante de engenharia mecatrônica Rebeca Caramêz, 20, passou a pagar um segurança para buscá-la.

    "Eu me mudei na quarta [para o entorno da USP] e fui assaltada na sexta", diz. "Só fiquei aqui porque comecei a usar o serviço."

    Segurança particular, Manoel Estevão da Silva, 66, ganha R$ 50 por mês, por aluno, para dar carona para nove mulheres e três homens.

    Das 19h à meia-noite, ele fica em frente ao portão 3 da universidade, um dos principais alvos de roubos. Os estudantes são levados aos poucos para casa, de carro.

    Davi Ribeiro/Folhapress
    Rebeca, 20, que foi assaltada quando voltava para casa
    Rebeca, 20, que foi assaltada quando voltava para casa

    Outro tipo de "escolta", gratuita, também é adotada.

    Alunos ligam para a central da Guarda Universitária, principalmente depois da saída das aulas no período noturno, quando os edifícios já estão mais vazios. Um atendente verifica o caso, e, se constatar risco, chama uma viatura, que leva os estudantes ao estacionamento ou a outro ponto do campus.

    A superintendente de segurança da USP, Ana Lúcia Pastore, 49, diz que a implementação do ônibus circular 24h diminuiu os pedidos.

    Guardas, porém, afirmam que há solicitações diárias devido à demora do circular e à escuridão em alguns trechos.

    VIGILÂNCIA

    Seguranças dos edifícios da USP também acompanham os alunos a estacionamentos, a pé, ou os vigiam até chegarem ao local.

    Quem não usa escolta diz ter redobrado medidas de segurança nos últimos meses.

    A precaução ocorre após o aumento de roubos e furtos na USP –que cresceu 55% nos últimos dois anos, segundo a Guarda Universitária.

    "Sempre passo no ponto de ônibus para ver se alguém quer carona até o metrô. Se estou sozinha, também peço para alguém me acompanhar até o carro, ou grito para o guarda ficar de olho enquanto atravesso a rua", diz Camila Leal, 24, que faz biologia.

    Há quem mude a rotina ou deixe de ir à Cidade Universitária, como a estudante de direito Gabriela Paiva, 20, que parou de ir às festas por lá depois de ter sido assaltada, em 2013. Uma moradora do Crusp, que preferiu não se identificar, disse que a sensação nas unidades é de insegurança.

    A USP afirma que pretende aumentar o monitoramento eletrônico no campus, instalando mais câmeras.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024