Maria Consuelo foi professora numa época em que todos tinham respeito por sua profissão e, justamente por isso, ficava horrorizada ao ver notícias de docentes sendo agredidos ou humilhados por seus próprios alunos.
Tinha imenso orgulho de ter passado por diversas escolas paulistanas e educado milhares de crianças, incluindo menores infratores.
O começo não foi nada fácil. Recém-chegada de sua terra natal, Amparo (SP), morava com duas tias no bairro do Paraíso, zona sul de São Paulo. Saía de casa às 5h30, pegava dois ônibus e caminhava mais um quilômetro e meio para chegar na escola estadual da zona leste onde lecionava. Ficou amiga do motorista, que até esperava pela "professorinha", caso ela ainda não estivesse no ponto.
Após a aposentadoria, na década de 1980, dedicou-se à pintura, que antes levava como hobby. Natureza morta e cenas do folclore brasileiro eram seus temas favoritos.
Levou sua arte para lugares como Sérvia e Emirados Árabes Unidos sob o nome artístico de Chelo Trentini.
Extremamente conciliadora, resolvia brigas de vizinhos e ainda dava conselhos para quem necessitasse.
Voltava para Amparo para brincar nos bailes de Carnaval quando jovem. Era fã das músicas de Glenn Miller e do filme "E o Vento Levou", que assistiu inúmeras vezes.
Vítima de câncer, morreu na quarta (8), aos 83. Deixa o marido, Fausto, seu companheiro havia mais de meio século, e o filho, Arnaldo.
A missa do sétimo dia será nesta terça (14), às 10h, na capela do Orfanato São Judas Tadeu, onde sempre ia à missa.