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    Itu tem 4º ato contra falta d'água em dois dias; moradores fecham rodovia

    LUCAS SAMPAIO
    DE CAMPINAS

    13/10/2014 20h54

    Cerca de 300 moradores de Itu (a 101 km de SP) protestam novamente contra a falta de água na cidade e, pela segunda vez em menos de 24 horas, bloqueiam a rodovia Waldomiro Correia de Camargo (SP-079), que liga o município a Sorocaba, na altura do km 79.

    As pessoas gritam "queremos água" e o nome do prefeito, Antônio Tuíze (PSD), e atearam fogo em pneus, galhos de árvore e entulho para impedir a passagem de veículos.

    As polícias militar e militar rodoviária acompanham o protesto, que segue pacífico. Os manifestantes bloqueiam também ruas do bairro Cidade Nova, na região do Pirapitingui.

    "O povo clama por água", diz Gabriel Sales, 27, fiscal em telecomunicações. "Pedimos soluções, nem que seja caminhões-pipas com frequência. Nem isso estão enviando para o Pirapitingui."

    É a quarta manifestação na cidade desde domingo (12), quando 300 pessoas protestaram no mesmo lugar e também bloquearam a rodovia. Outros 500 moradores fizeram uma manifestação no Jardim do Éden, que terminou com um ônibus incendiado e a Força Tática da PM dispersando a multidão com bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo e balas de borracha.

    Mais cedo, nesta segunda, cerca de de 50 pessoas protestaram no plenário da Câmara Municipal, interrompendo a sessão por cerca de dez minutos. Eles pediam a criação de uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para investigar o contrato da prefeitura com a Águas de Itu, concessionária de abastecimento e saneamento da cidade.

    O requerimento, proposto pela vereadora Balbina de Paula Santos (PMDB), tem a assinatura de quatro dos 13 vereadores -falta uma assinatura.

    OUTROS PROTESTOS

    Em setembro, outros dois protestos na mesma semana terminaram em confronto com a PM.

    Um em frente à Câmara Municipal, que reuniu cerca de 2.000 pessoas e terminou com ovos, tomates e pedras arremessados contra o prédio, e outro em frente ao comitê de campanha do ex-prefeito de Itu Herculano Passos (PSD), eleito deputado federal e apontado por parte da população de ser o responsável pela crise da água no município.

    Após os protestos, a prefeitura anunciou a criação de um comitê de crise e uma série de medidas, que o Ministério Público estadual julgou insuficientes para atenuar a crise de água na cidade, que já dura mais de oito meses.

    A população afirma que o problema da água diminuiu até o primeiro turno das eleições, há oito dias, e voltou a piorar a seguir. "Antes [do primeiro turno], tinha água a cada dois dias. Depois disso não veio mais", diz Bruno Henrique da Silva, 23, técnico em informática.

    Outros moradores ouvidos pela Folha relatam o mesmo problema.

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