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    Rio de Janeiro

    Polícia prende médicos e policiais por envolvimento em abortos

    DO RIO

    14/10/2014 10h04

    A Corregedoria Interna da Polícia Civil do Rio já prendeu, nesta manhã de terça-feira (14), 47 pessoas envolvidas com a prática de aborto no Estado.

    Entre os presos, há três médicos, quatro policiais civis, dois policiais militares e um bombeiro. Cinco pessoas que integrariam o esquema já estavam detidas.

    A Justiça concedeu 75 mandados de prisão contra os integrantes da quadrilha que atuaria na capital e em cidades da região metropolitana do Rio.

    Os policiais tentam encontrar 28 pessoas que estariam envolvidas no esquema. Entre os procurados há ainda médicos e até um militar do Exército.

    A operação policial acontece desde o início da manhã em diferentes pontos do Rio e nos Estados de São Paulo e Espírito Santo. Além de policiais civis, representantes da Corregedoria da PM e Exército participam da ação.

    De acordo com os policiais da Corregedoria, os integrantes da quadrilha cobravam até R$ 7.500 por cada procedimento. Um dos chefes do esquema, segundo a polícia, seria o médico Aloísio Soares Guimarães, preso nesta manhã. Até o momento, a Folha não obteve contato contato com os advogados de Guimarães.

    CASOS RECENTES

    No Rio, duas mulheres morreram recentemente após fazerem abortos em clínicas clandestinas.

    Jandira Magdalena dos Santos Cruz, 27, foi dada como desaparecida no final de agosto após ter ido fazer um aborto em uma clínica clandestina na zona oeste do Rio. O corpo dela foi encontrado carbonizado em um carro, no bairro de Pedra de Guaratiba, zona oeste. Jandira estaria grávida de três meses.

    Segundo depoimento do ex-marido de Jandira à polícia, Leandro Brito Reis, ela gostaria de abortar por medo de perder o emprego. Reis a acompanhou até uma rodoviária em Campo Grande, na zona oeste do Rio, local de ponto de encontro para que fosse encaminhada até a clínica.

    Segundo Reis, Jandira entrou em um Gol branco, de quatro portas, que era conduzido por uma mulher de cabelos loiros. Após chegar à clínica de aborto, enviou uma mensagem de texto em que dizia "estou em pânico, mandaram desligar o celular. Ore por mim".

    O ex-marido esperou Jandira retornar à rodoviária, conforme o combinado, mas ela não apareceu.

    Dias depois, Elizângela Barbosa, 32, mãe de três filhos, morreu em Niterói (região metropolitana do Rio) ao tentar interromper a quarta gravidez. Com um tubo plástico no útero, seu corpo foi abandonado num hospital público.

    Parte das duas quadrilhas foi presa.

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