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    Crise da água

    Presidente da Sabesp admite piora na distribuição de água por causa do calor

    EDUARDO GERAQUE
    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO

    15/10/2014 12h30

    A presidente da Sabesp, Dilma Pena, admitiu a piora na distribuição de água na capital paulista. Segundo ela, isso acontece por causa do calor excessivo e por falhas no sistema. Dilma Pena presta depoimento na tarde desta quarta-feira (15) à CPI que investiga o contrato da Prefeitura de São Paulo com a estatal.

    Quando o consumo aumenta, a pressão da água na tubulação reduz o que dificulta a vazão para regiões mais altas, por exemplo.

    Dilma afirmou ainda que problemas de grande porte também prejudicaram o sistema nos últimos dias. Um deles, segundo ela, ocorreu em Americanópolis, na zona sul da cidade. "Quase 400 mil consumidores foram afetados", afirmou.

    Outra falha na rede, disse, aconteceu na região da Consolação (centro) e quase colocou em risco o abastecimento de água no Hospital das Clínicas.

    Reportagem da Folha publicada nesta quarta-feira (15), mostra que já falta água em bairros de todas as regiões da cidade durante o dia. Ao menos 24 localidades enfrentavam o problema de distribuição.

    Nos últimos dias, a cidade registrou temperaturas acima dos 30°C. Na segunda-feira (13), foi registrada a tarde mais quente desde fevereiro deste ano. Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), os termômetros chegaram a 35,9°C.

    De acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da prefeitura, o tempo deve continuar seco e com as temperaturas elevadas nos próximos dias. Sem chuva, a umidade relativa do ar deve continuar abaixo dos 30%, índice considerado crítico, nas horas mais quentes do dia.

    ÁGUA ACABA EM NOVEMBRO

    Na audiência, a presidente da estatal disse que no atual ritmo de consumo e falta de chuva, a água do primeiro estoque do "volume morto" deve acabar em meados de novembro. "Mas a nossa previsão é que comece a chover a partir do dia 20 deste mês", diz.

    O sistema Cantareira opera nesta quarta-feira com apenas 4,3% de sua capacidade. No mesmo período no ano passado o reservatório funcionava com 38,3%.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A presidente da Sabesp negou que a estatal não tenha sido transparente coma população com relação à crise hídrica. Segundo ela, houve uma falha de comunicação, atrelada exigências previstas na lei eleitoral.

    Em seu depoimento, Dilma apelou para a necessidade de toda a população e os governos se empenharem em ajudar a evitar uma crise hídrica maior. "Nós precisamos da união de todos", disse.

    TENSÃO

    A sessão da CPI começou tensa, com vereadores irritados após a divulgação pela Folha de conversa entre Dilma e o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), ocorrida no dia 8, na vez anterior em que a presidente da Sabesp esteve na Câmara. No diálogo, ela diz que a reunião da CPI é um "teatrinho". "Foi um comentário infeliz", afirmou Dilma nesta tarde.

    A presidente da estatal se disse constrangida com a divulgação do diálogo e o vereador Police Neto (PSD) afirmou que pretende processar Dilma, que o chamou de "sem vergonha" na conversa.

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