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    'Foi vontade de Deus' que 'serial killer' fosse preso agora, diz governador

    JULIANA COISSI
    DE SÃO PAULO

    15/10/2014 19h11

    O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), que disputa a reeleição, atribuiu à "vontade de Deus" o fato de o suspeito de assassinar 15 mulheres neste ano na capital goiana ter sido preso nesta terça-feira (14), a 12 dias do segundo turno das eleições.

    Perillo aproveitou a prisão do suposto "serial killer" para reforçar sua campanha eleitoral. Nesta tarde, promoveu o "papo com o Marconi", um bate-papo virtual com internautas veiculado no canal da campanha do governador no YouTube.

    O candidato sentou-se ao lado do pai de uma das vítimas. O secretário da Segurança Pública, Joaquim Mesquita, e o delegado-geral da Polícia Civil, João Carlos Gorski, também participaram.

    "Nós não trabalhamos pensando em eleição. Agora, acho que tem a mão de Deus também nisso, porque sou pessoa de fé, trabalho com seriedade", disse Perillo.

    Ele relacionou a coincidência da data da prisão a um presente divino para sua campanha eleitoral. "Certamente foi da vontade de Deus que isso [anúncio da prisão] acontecesse agora, porque eu vivi nessa campanha uma série de acusações levianas, mentirosas, demagógicas", afirmou, citando diretamente o adversário Iris Rezende (PMDB). "Ora, quem trabalha, quem planta, colhe", concluiu.

    No primeiro turno, o peemedebista explorou a lentidão na resolução dos crimes em seu programa eleitoral para atacar Perillo. Escalou inclusive o pai de Isadora Aparecida dos Reis, 15, uma das vítimas, para gravar depoimento na TV no qual lamentava a demora na conclusão das investigações.

    No bate-papo desta quarta, quem falou a favor de Perillo foi o pai de Ana Maria Victor Duarte, 26, morta em março. Ex-promotor e ex-delegado, Uigvan Duarte agradeceu ao apoio do governador, de quem se diz amigo pessoal, e aos policiais.

    Perillo e o secretário da Segurança Pública aproveitaram para cutucar a presidente Dilma Rousseff (PT), ao criticar o que chamam de pouco investimento federal na segurança. E cobraram ainda a alteração das leis penais –uma referência a uma bandeira do adversário da petista, Aécio Neves (PSDB), que defende a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos para crimes como homicídio, estupro e sequestro.

    Perillo ficou em primeiro lugar no primeiro turno, com 46% dos votos, seguido de Rezende, com 28%.

    Segundo a Polícia Civil, um vigilante de 26 anos confessou ter matado 39 pessoas, entre elas 15 mulheres e oito moradores de rua, em outra série de crimes que chocou Goiânia.

    A defesa do vigilante ainda não foi localizada pela reportagem, apesar de sucessivas tentativas.

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