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    Crise da água

    Empresária usa água da piscina para lavar louça na zona oeste de SP

    CÉSAR ROSATTI
    DE SÃO PAULO

    16/10/2014 02h00

    "Bem-vindo ao Saara paulistano." É assim que a empresária Mirella Maria Hespanhol, 57, recebe a reportagem da Folha em sua casa no bairro Parque dos Príncipes, na zona oeste de São Paulo.

    Segundo ela, água ali é artigo raro há pelo menos nove dias. "Passou a eleição e as torneiras secaram. Recebi água por duas horas no último domingo. Mas foi só", diz.

    Ela afirma que em sua caixa d'água restam poucos litros, o que limita tarefas domésticas como lavar a roupa, a louça e o quintal. A poeira se acumula no carro, que não vê um pingo d'água há meses.

    No jardim, que já foi sua "menina dos olhos", as plantas estão secas. "Não tem água para mais nada. Quando posso, uso a água da piscina para regar as plantas, lavar a louça. Mas não posso ficar abaixando e carregando baldes pesados para fazer todo o trabalho. Tenho alguns pinos nas costas", diz.

    De acordo com a empresária, uma bomba será instalada na piscina para levar o "volume morto" residencial, de 15 mil litros, para sua caixa d' água. Ela espera que seja suficiente para passar o período de seca. "Se não der, vou me mudar", afirma.

    Segundo a moradora, a Sabesp justificou a falta de água em sua casa como sendo um problema pontual.

    À Folha a empresa não respondeu sobre o caso específico, mas afirma que os problemas registrados na cidade são consequência do forte calor, que provocaram um aumento do consumo.

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