O governo de Santa Catarina se recusou a receber dois presos do Paraná que participaram de uma rebelião na penitenciária de Guarapuava (PR) nesta semana e informou que não será "conivente" com as reivindicações dos detentos.
"A ocorrência de rebeliões no Estado vizinho tem sido demasiadamente frequente", critica, em nota, o diretor do Deap (Departamento de Administração Prisional) de Santa Catarina, Leandro Soares Lima.
"Aceitar as transferências é estar conivente com a forma que vem sendo utilizada pelos presos paranaenses para conseguirem o atendimento a suas solicitações", prosseguiu ele.
A rebelião em Guarapuava, encerrada na quarta-feira (15), foi a 21ª rebelião do ano nos presídios do Paraná.
José Luiz/Guara Noticias | ||
Presos durante a rebelião que começou nesta segunda e terminou na quarta-feira em Guarapuava (PR) |
O motim durou dois dias e teve 13 agentes reféns. A transferência dos dois detentos e de outros 29 presos foi acertada pela Secretaria de Justiça do Paraná como condição para o fim da rebelião.
Os dois criminosos que seriam enviados a Santa Catarina tinham condenações também no Estado, o que abre caminho para o pedido de transferência.
O governo catarinense, porém, considerou que "não havia razões que justificassem" a remoção dos detentos e que esse tipo de pedido precisa ser feito "oportunamente, e não apenas em momentos de crise".
A Secretaria de Justiça do Paraná informou, em nota, que "estranha" a posição de Santa Catarina. O governo diz que as negociações com os presos rebelados têm "a determinação de proteger a vida dos agentes e demais reféns" e afirma que abriga 253 presos de Santa Catarina, que aguardam transferência para o Estado vizinho.
Diante da negativa, os dois presos foram transferidos para o complexo penitenciário de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba.