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    Maria do Carmo Nogueira Garcez (1925-2014) - A irmã de clausura e seus dons arquitetônicos

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    17/10/2014 00h01

    Fazer cimento, assentar tijolos e "cuidar da parte interna" eram algumas das atribuições que cabiam às quatro irmãs que chegaram a paulista Piracicaba para ajudar, literalmente, na construção do mosteiro das carmelitas no começo da década de 1950.

    Maria do Carmo Nogueira Garcez, a irmã Teresa do Menino Jesus, porém, fez mais do que pintar o claustro. Com formação em arquitetura e filha de engenheiro, desenhou o projeto do convento com todos os seus detalhes —depois revisado e assinado por um profissional certificado.

    Aos 21 anos, Maria do Carmo deixou para trás todos os bens materiais de uma tradicional família paulistana para ser irmã de clausura. Podia receber visitas, mas deixava seus aposentos, com raríssimas exceções, apenas para ir ao médico e votar.

    Um de seus nove irmãos foi o ex-governador de São Paulo Lucas Garcez; outros dois seguiram seus passos: Maria Teresa também se tornou carmelita, acompanhando-a na mudança para o interior de São Paulo, e Matheus adotou a batina.

    As décadas de reclusão não foram capazes de tirar de seu rosto o sorriso tão conhecido da família. Além das orações e aconselhamentos, dedicava-se à costura e à delicada pintura de pergaminhos.

    Morreu no sábado (11), aos 88, de complicações após uma cirurgia. Deixa as irmãs Maria Emiliana e Maria Helena, sobrinhos e sobrinhos-netos.

    Haverá uma missa do sétimo dia nesta sexta (17), a partir das 17h, no Carmelo de Piracicaba, e outra em São Paulo, às 15h30 de amanhã (18/10), na igreja Santa Teresinha, em Higienópolis.

    coluna.obituario@uol.com.br

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