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    Crise da água

    Juiz de Fora, quarta maior cidade de Minas Gerais, decreta racionamento

    RAQUEL LANDIM
    DE SÃO PAULO
    DHIEGO MAIA
    DE SÃO PAULO

    17/10/2014 17h17

    A estiagem que castiga a região Sudeste do país obrigou a quarta maior cidade de Minas Gerais a decretar racionamento de água.

    Em Juiz de Fora (a 272 km de Belo Horizonte), os 516 mil habitantes terão água nas torneiras somente em horários alternados a partir desta sexta-feira (17).

    A cidade, que fica em uma região montanhosa da zona da mata mineira, é uma das primeiras atingidas pela falta de água fora do Estado de São Paulo.

    A medida drástica tomada pela administração municipal é uma consequência da situação dos mananciais que abastecem a cidade.

    O córrego Ribeirão do Espírito Santo, que abastece 40% da cidade, está em situação crítica, assim como a represa de João Penido. Responsável por metade de todo o consumo de água da cidade, ela opera com apenas 26% da capacidade. A reserva São Pedro, que mandava água para 8% das moradias, secou.

    Em nota, a Cesama (Companhia de Saneamento Municipal) informou que o racionamento ocorrerá apenas nos dias úteis, das 8h às 18h, a partir desta sexta.

    Mas, em algumas regiões, o problema começou no meio da semana. No bairro de São Pedro, que fica na chamada "cidade alta", a situação é mais grave. Uma obra emergencial está sendo feita num reservatório próximo, para instalar uma bomba e tentar melhorar a vazão de água da "cidade baixa" para lá.

    Sem água desde quarta-feira (15), Fernanda Berison, 32, que mora no bairro, está sendo obrigada a dar banho em sua bebê com água mineral. Ela vem recorrendo a galões do produto, que já começam a ficar escassos no supermercado, ou vai até a casa de parentes para os cuidados com a pequena Luísa, de 1 ano e 10 meses.

    "Não dá para confiar no que dizem, porque anunciaram o rodízio para esta sexta-feira e a água aqui acabou bem antes. Não tivemos tempo de nos preparar", diz Fernanda.

    A Cesama pretende avaliar os resultados obtidos durante a primeira semana de racionamento. Se a crise hídrica não diminuir, a medida pode ser estendida pelas próximas três semanas.

    De acordo com a Prefeitura de Juiz de Fora, a crise só não será maior porque o município integrou a reserva de Chapéu d'Uvas ao seu sistema de captação nesta quinta-feira (16).

    Com capacidade de até 900 litros de água por segundo, por enquanto, a nova represa tem fornecido, no máximo, 150 litros por segundo.

    Este é o segundo racionamento de água que os moradores de Juiz de Fora enfrentam só este ano. No início de 2014, houve um grande aumento no consumo devido à estiagem prolongada.

    O prefeito de Juiz de Fora, Bruno Siqueira (PMDB), diz que optou por racionar a distribuição de água para garantir o abastecimento aos moradores que residem nas regiões mais altas da cidade.

    "Essa medida visa minimizar os transtornos a essa população, que já estava sendo afetada com o desabastecimento devido à baixa da represa de São Pedro, que está com o nível praticamente zerado", afirmou.

    O prefeito enfatizou que o início das operações da reserva Chapéu d'Uvas não representa alívio ao sistema de distribuição local e que a população precisará economizar água pelos próximos meses.

    "O sistema só será definitivamente regularizado quando começarem as chuvas, devido à atual situação dos outros mananciais", finalizou.

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