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    Irene Akamine (1944-2014) - A metódica e disciplinada 'dona Hemeroteca'

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    18/10/2014 00h01

    Nem durante os últimos quatro anos, enquanto tratava-se de um câncer, Irene Akamine se afastou das prateleiras da biblioteca do colégio Bandeirantes, em São Paulo.

    Marcava as sessões de químio para as sextas-feiras, assim "passava mal durante o final de semana", por causa da medicação, e podia voltar já na segunda para a escola.

    Irene foi responsável por implantar no Band uma das primeiras hemerotecas em instituições de ensino, lá pela década de 1980. O termo, usado para designar o setor da biblioteca onde estão coleções de jornais, revistas e demais periódicos, era praticamente desconhecido.

    Não é para menos que, certo dia, um aluno perguntou à bibliotecária de traços orientais: "Bom dia, posso falar com a dona Hemeroteca?".

    A novidade se espalhou pela cidade paulistana, e Irene foi convidada para dar palestras e ajudar a organizar outras hemerotecas, inclusive em departamentos públicos.

    Além de disciplinada e metódica, era extremamente zelosa com as obras e exigia o mesmo dos estudantes. Alguns deles a chamavam carinhosamente de "tia brava".

    "Rato de biblioteca" desde os tempos em que cursava história e, posteriormente, biblioteconomia na USP, orgulhava-se de incentivar o gosto pela leitura entre os jovens.

    Morreu na terça-feira (14), aos 70. Deixa sete irmãos, sobrinhos e sobrinhos-netos, que ela adorava reunir no sábado à noite em sua casa para um jantar em família.

    A missa do sétimo dia será no próximo sábado (25), às 15h30, na igreja Nossa Senhora da Saúde, na Vila Mariana.

    coluna.obituario@uol.com.br

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