• Cotidiano

    Saturday, 27-Apr-2024 11:52:05 -03
    Crise da água

    Mãe e filho registram em fotos o antes e depois da seca no Cantareira, em SP

    GIOVANNA BALOGH
    DE SÃO PAULO

    21/10/2014 02h00

    Duas fotos tiradas no mesmo lugar, mas com cenários bem diferentes –e apenas seis meses entre elas. Em abril deste ano, a administradora Ingrid Venturini, 31, se divertiu nas águas da represa Atibainha, em Nazaré Paulista (64 km de São Paulo), com a família.

    Registrou o momento ao lado do filho Breno, 3, sentada num deque, a água sob os pés. Agora, em outubro, posaram novamente para uma foto, no mesmo lugar. Desta vez, porém, a água está distante e o cais leva à areia.

    Ingrid afirma que já estava economizando água em casa, mas foi só depois do que viu na represa que a ficha caiu para a família. Até Breno perguntou: "Mamãe, cadê a água?"

    Ela conta que as visitas da família à represa costumavam ter passeios de barco e de moto aquática. "Agora, o cenário é devastador, não tem mais nada para fazer lá", lamenta.

    Arquivo pessoal
    Ingrid Venturini com o filho Breno na represa; foto feita em abril (acima) e neste mês
    Ingrid Venturini com o filho Breno na represa; foto feita em abril (acima) e neste mês

    A família passou a economizar mais em casa. Ingrid reaproveita a água do banho do filho e a usa para dar descarga, por exemplo, e diz ter enfrentado problemas esporádicos com a falta de abastecimento em casa. "O que dá medo é o que está por vir".

    Em 21 de abril, dia em que Ingrid tirou a primeira foto, o nível do sistema Cantareira era 12%. Nesta segunda (20), chegou a 3,5%. Desde maio o sistema usa também o "volume morto" dos reservatórios.

    A represa de Atibainha praticamente secou neste fim de semana, segundo a Sabesp.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024