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    Remédios Domingues Calandriello (1914-2014) - Palmeirense mais velha que o clube

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    24/10/2014 00h00

    Oito meses antes da fundação do atual Palmeiras, nascia uma torcedora que passaria boa parte de seu centenário de vida pelos corredores do clube e pelas arquibancadas do estádio Palestra Itália.

    A paixão de Remédios Calandriello pelo alviverde nasceu com outro amor: pelo filho de italianos Américo, que, como ela, trabalhava na Estrada de Ferro Sorocabana.

    Para agradar o então namorado, passou a acompanhá-lo nos jogos. Pegou gosto pelo futebol, formando uma família de palmeirenses fanáticos.

    Além de já trabalhar em um local predominantemente masculino, tornou-se uma das poucas mulheres a serem sócias de um time de futebol.

    Passava os domingos com o marido e os filhos no clube mesmo quando não havia jogos. Por lá almoçam, davam uma volta nas alamedas, que já não existem mais, e visitavam a sala de troféus. Nem a viuvez, nos anos 1990, afastou-a do Palmeiras.

    Com a aposentadoria, em 1962, dedicou-se a cuidar das plantas de seu impecável jardim —e a conversar com elas.

    Não deixava de assistir aos desfiles do Carnaval de São Paulo e de participar das comemorações do Nove de Julho no parque Ibirapuera. Veterano da Revolução de 1932, Américo está enterrado no Mausoléu do Soldado Constitucionalista, conhecido também como Obelisco.

    Vítima de complicações após uma cirurgia no fêmur, morreu no domingo (19), aos cem anos, um pouco amargurada com a má fase do Palmeiras. Deixa os filhos, Diógenes e Américo, e quatro netos.

    A missa do sétimo dia será às 12h30 deste sábado (25), na igreja São Geraldo, Perdizes.

    coluna.obituario@uol.com.br

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