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    Olavo Soares (1931-2014) - Rochas, dinossauros e elefantes

    DE SÃO PAULO

    26/10/2014 00h00

    Na sala de aula, o carismático professor Olavo Soares garantia a atenção dos alunos só com as palavras; nunca usava giz. Ao visitar os amigos, sempre levava um presentinho, uma lembrancinha.

    Foi assim, alegre e rodeado de muitas pessoas, que levou a vida. Às vezes, era um tanto irreverente. Gostava de Carnaval e de rock pesado.

    Com o passar dos anos, adquiriu novas paixões. Foi um entusiasta da astronomia, do estudo das placas tectônicas, de dinossauros. Colecionou miniaturas de elefantes, conchas e tudo relacionado a Dom Quixote de La Mancha. Teve algumas Kombis, seu carro favorito.

    Formado em geografia e história, deu aulas em universidades, como a UFPR (Federal do Paraná), e trabalhou na Petrobras, quando passou a se interessar por paleontologia. É ainda autor de livros.

    Além de montar uma enorme biblioteca, guardava rochas, minerais, fósseis, artefatos indígenas e réplicas de ossadas de dinossauros. Em 2003, doou a maior parte da coleção para a reserva particular Itáytyba, em Tibagi (PR), que criou um espaço com o nome do professor.

    Morreu no dia 17, aos 83, de falência de múltiplos órgãos. Deixa a viúva, Helena, após 59 anos de casamento, os filhos, Sílvia, Denise e Carlos, cinco netos e uma bisneta, que não chegou a conhecer.

    Ao lado de seu corpo foram colocados minerais, miniaturas de elefantes e de dinossauros e um livro de Álvar Núñez Cabeza de Vaca, explorador espanhol que cruzou o Paraná no século 16 e de que Olavo tanto gostava. Sobre o caixão, foram jogados obsidianas (vidro vulcânico) e peridotos (um tipo de rocha).

    coluna.obituario@uol.com.br

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