Cerca de 80 chinchilas que foram soltas em um criadouro em Itapecerica da Serra (Grande SP) por ativistas, no dia 19, morreram de calor ou atacadas por cães, segundo Carlos Peres, 70, um dos donos do empreendimento.

Em outubro, Peres, que também é presidente da Achila (Associação Brasileira dos Criadores de Chinchila Lanígera), disse em uma entrevista à Folha que "quase 30 mil chinchilas vão morrer por causa dessa lei".

Ele se referia ao projeto de lei 616, que proíbe a criação de animais com o intuito de usar sua pele, que passou pela Assembleia e precisa ser aprovado ou vetado pelo governador Geraldo Alckmin nesta terça-feira (28).

Dez dias depois da declaração, o criadouro foi invadido por ativistas das FLA (Frente da Libertação Animal), que assumiu o ato na internet e publicou uma foto de pessoas mascaradas com chinchilas nas mãos.

De acordo com Peres, os cerca de 150 animais que estavam no sítio em Itapecerica eram de estimação e não iriam morrer para terem suas peles utilizadas.

Horas depois da saída dos ativistas, os funcionários conseguiram resgatar 33 chinchilas e acharam os corpos de dezenas de animais que fugiram.

"Elas foram atacadas por cães do nosso sítio ou de vizinhos. Outras morreram de calor", diz Peres. "São animais que não estão acostumados com o clima quente. No criadouro, o ar-condicionado fica em 21 graus."

Segundo ele, o sítio teria sofrido uma nova tentativa de invasão neste domingo (26). "O caseiro viu e eles fugiram", afirma.

O empresário diz que apenas em Mato Grosso do Sul, onde tem outro sítio, as chinchilas são criadas para terem a pele usada. A reportagem não conseguiu contatar a FLA até a conclusão desta edição.

	Divulgação
	Grupo de militantes pelos direitos dos animais com chinchilas que dizem ter retirado de criadouro