Enquanto Maria das Neves Silva de Oliveira estava à frente do quadro-negro, a turma costumava ficar em absoluto silêncio. Não que ela fosse uma professora muito brava; ao contrário, era um tanto amorosa, mas exigia respeito quando estava falando.
Fora da escola, os moradores de Patos, no sertão paraibano, também tinham consideração por dona Maria das Neves. Procuravam-na em busca de conselhos e a consideravam um exemplo de fé.
Durante todo o tempo em que foi professora, também se dedicou ao ensino religioso em colégios e na própria igreja, como catequista.
Participou ainda de diversos movimentos e associações católicos, como o Apostolado do Sagrado Coração de Jesus e a Legião de Maria, que ela fundou na cidade.
De acordo com a família, Maria das Neves era conhecida por sua "maneira rígida de viver a fé". Muitas vezes, ela até tentou explicar que não conseguia "superar ou atualizar" o que havia aprendido na infância sobre religião.
Não aceitava, por exemplo, que um casal fosse viver junto antes de casar. Mantinha ainda o costume de rezar o terço todas as noites –em seus aniversários, reunia a família toda na sala para as orações.
Além de ajudar muitas pessoas, também se preocupava com os animais. Não podia ver um deles perdido na rua que levava para casa. Chegou a ter, ao mesmo tempo, quase 20 gatos e vários cachorros.
Morreu no sábado (25), aos 91 anos, após uma parada cardiorrespiratória. Deixa sete filhos, netos, bisnetos e trinetos. A missa do sétimo dia será às 17h desta sexta (31), na paróquia Santo Antônio.