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    Povoado do PI entra em pânico após matança e nova ameaça de assassino

    YALA SENA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SÃO MIGUEL DO TAPUIO (PI)

    31/10/2014 12h29

    Um povoado de 200 pessoas vive clima de terror e insegurança no interior do Piauí, após chacina que deixou cinco moradores mortos –entre eles um avô e neto.

    O crime ocorreu nesta quinta-feira (30) no município de São Miguel do Tapuio, a 227 km de Teresina. Segundo relato de moradores, um rapaz de 34 anos teve um "surto" e iniciou a matança ao disparar cinco tiros contra a sua mulher, a primeira das vítimas.

    Todos foram assassinados à queima-roupa, no horário do almoço, em um raio de menos de 500 metros, no povoado Palmeira de Cima, a 42 km da sede do município.

    A Folha esteve no local horas depois da chacina. O clima era de medo e desolação entre os moradores. Segundo relatos, o assassino escolheu as vítimas uma a uma, fugiu em seguida e prometeu retornar para uma nova matança.

    O trabalhador rural Arlindo Rodrigues Sousa, 68, disse que o temor no povoado é que ele cumpra a promessa que fez. "Estamos com muito medo. Ele é uma pessoa perigosa e está armado. Prometeu voltar para terminar o serviço."

    Na fuga, o suspeito levou uma pistola ponto 40, de uso restrito da policia, e um revólver calibre 38.

    O assassino, identificado como Clewilson Vieira Matos, era casado havia 18 anos com a agente de saúde Maria Moreira do Nascimento, 35, que tinha dois filhos, um de 14 e outro de 17 anos.

    Entre os mortos, estão o professor de informática Roberto Crisóstomo, 50, e o comerciante Cláudio de Oliveira, 43, além de Juvêncio dos Reis da Silva, 65, e seu neto Sidney Tavares Silva, 18.

    O delegado da cidade, Laércio Evangelista, disse que o assassino agiu depois de tomar conhecimento de um abaixo-assinado feito pelos moradores para expulsá-lo da comunidade.

    "Ele era uma pessoa temida na região, que vivia com arma de fogo, ameaçando moradores", disse o delegado, segundo quem o suspeito responde na Justiça por tráfico.

    O coordenador de operação do Grupamento Tático Aéreo Policial, Josuer Saraiva e Silva, acredita que o assassino tenha "surtado" após consumir drogas. "Ele só não matou mais gente porque a arma falhou. Ele estava sob o efeito de drogas, pelos relatos das testemunhas", disse.

    O sogro de Matos, João Bento do Nascimento, 59, contou, no entanto, que o genro não tinha histórico de transtornos mentais e que ele nunca soube de agressões anteriores contra sua filha. "Isso é que nos causa surpresa", afirmou.

    Cerca de 30 policiais estão no povoado reforçando a segurança. Um helicóptero e a força tática da Polícia Militar ajudam a procurar o assassino, mas até o início da noite ele continuava foragido.

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