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    Paralisação de motoristas fecha todos os 29 terminais de ônibus em SP

    DE SÃO PAULO

    05/11/2014 10h30

    A paralisação de motoristas e cobradores de ônibus São Paulo fecha todos os 29 terminais municipais nesta quarta-feira (5). A informação foi confirmada às 11h pela SPTrans, empresa da prefeitura que gerencia o transporte na capital.

    A previsão é que a paralisação seja encerrada ao meio-dia, segundo o sindicato dos motoristas e cobradores.

    O ato é motivado pelo aumento dos ataques a ônibus –alvo de incêndios pela cidade desde 2013. O estopim foi a morte do motorista John Brandão, 40, em 22 de outubro, após ter 70% do corpo queimado em um ataque.

    Nos terminais paralisados os veículos que chegam estão desembarcando os passageiros e interrompendo o serviço. Em alguns, coletivos foram estacionados nas saídas para impedir a movimentação.

    No Parque D. Pedro, um dos terminais de ônibus mais movimentados da cidade, o sindicato da categoria organiza um ato com faixas e carros de som. Os alto-falantes do local estão informando os passageiros que a paralisação é temporária.

    No Jardim Ângela (zona sul), passageiros que não conseguem embarcar nos ônibus estão fazendo fila para viajar nas linhas operadas por cooperativas, que não aderiram à paralisação.

    TRÂNSITO

    Além de afetar o transporte coletivo, a paralisação também causa impacto no trânsito, já prejudicado pela chuva.

    Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), havia 93 km de lentidão no horário, o que representa 10,7% dos 868 km de vias monitoradas. O índice está acima da média para o dia e horário (10,3%).

    A Secretaria Municipal de Transportes afirma que está tomando "todas as medidas na tentativa de diminuir transtornos à população".

    Foram acionados planos de emergência com ônibus reserva e a CET organizou um esquema de "monitoramento intensivo no trânsito em toda a cidade".

    O Metrô e a CPTM informaram que estão operando com frota máxima nos horários de pico desta quarta e que composições reserva poderão ser acionadas, se necessário, durante a paralisação.

    A prefeitura diz também que foi pedido à Polícia Militar um policiamento preventivo nos terminais, com apoio da Guarda Civil Metropolitana.

    MODA

    "O ônibus virou o culpado de tudo. Falta água, toca fogo no ônibus. A polícia troca tiro com bandido, toca fogo no ônibus. Virou moda, o ônibus paga tudo. Os motoristas estão trabalhando com medo. Não vamos esperar mais uma tragédia para reagir", disse nesta terça (4) José Valdevan, presidente do sindicato de motoristas.

    Inicialmente o protesto teria quatro horas de duração, mas foi reduzido, segundo o sindicalista, após apelo da Secretaria da Segurança Pública.

    Uma reunião com a pasta no fim da noite de terça decidiu que os trabalhadores integrarão uma comissão criada para tratar dos ataques a ônibus.

    O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a polícia está empenhada em descobrir e prender rapidamente quem participa dos ataques.

    O SP-Urbanuss (sindicato das concessionárias) diz que "apoia a causa", mas "não compactua com a paralisação".

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    RAIO-X DO TRANSPORTE COLETIVO

    8.809
    é a frota de ônibus das 14 viações em São Paulo

    800
    linhas de ônibus são operadas pelas empresas

    4,5 milhões
    de viagens são feitas por dia, em média, nos ônibus das viações

    118
    ônibus de empresas já foram incendiados em 2014, contra 53 no ano passado

    37 mil
    motoristas e cobradores de ônibus atuam em São Paulo

    Fonte: SPTrans; SP-Urbanuss

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