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    Servidor da Prefeitura de SP ganha R$ 4.000 e tem mansão com sete suítes

    ARTUR RODRIGUES
    DE SÃO PAULO
    LEANDRO MACHADO
    ENVIADO ESPECIAL A AGUAÍ (SP)

    09/11/2014 01h45

    São 23 cômodos em três andares –incluindo sete suítes, duas cozinhas e sala de sinuca, mais 11 banheiros, piscina e garagem para 12 carros. Tudo com ar-condicionado para amenizar o calor da pacata Aguaí, cidade de 34 mil habitantes a 193 km de São Paulo.

    A casa pertence a Roberto de Faria Torres, engenheiro da Prefeitura de São Paulo cujo salário é de cerca de R$ 4.000.

    Servidor concursado, ele virou alvo de uma investigação do Ministério Público após ser flagrado pelo "Fantástico", da TV Globo, pedindo R$ 15 mil a um comerciante em troca de um laudo.

    O documento tiraria o estabelecimento da CPI dos Alvarás, criada pela Câmara Municipal para verificar a situação de locais com capacidade para mais de 250 pessoas.

    A CGM (Controladoria-Geral do Município) considera o patrimônio do servidor suspeito e, por isso, abriu uma investigação.

    Já a defesa do engenheiro diz que o acúmulo de bens é fruto de herança e sociedade com familiares, entre outros motivos.

    CARROS DE LUXO

    Fã de carros antigos, Torres tem nove modelos de colecionador. Entre eles um Camaro branco conversível 1967, modelo avaliado em R$ 350 mil.

    Na prefeitura desde 2006, Torres fiscalizava postos de gasolina e casas noturnas. A Folha revelou que, nos últimos cinco anos, ele adquiriu 19 imóveis –apartamentos de alto padrão, vagas em edifícios-garagem e boxes em prédios comerciais no Estado.

    Vizinhos do engenheiro disseram, sob condição de anonimato, que ele e a família promovem grandes festas na casa. Convidados chegam em carros de luxo.

    A Folha apurou que um dos frequentadores é o assessor do vereador Eduardo Tuma (PSDB) Antonio Pedace, também flagrado no vídeo.

    Cedido pela prefeitura, Torres foi indicado para atuar na CPI dos Alvarás pelo vereador Adilson Amadeu (PTB). A Câmara enviou ao menos três pedidos para que a gestão Fernando Haddad (PT) o liberasse para a comissão.

    Durante a CPI, outros vereadores receberam relatos de que Torres e Pedace estavam cobrando propina de comerciantes. Não fizeram denúncia formal, mas pressionaram Tuma para encerrar a CPI ou devolver Torres à prefeitura. Não conseguiram.

    Antes de atuar na Secretaria de Licenciamentos, o engenheiro trabalhou na Secretaria da Habitação, a mesma de Hussain Aref Saab, que acumulou ao menos 106 imóveis de 2005 a 2012.

    OUTRO LADO

    A defesa de Roberto de Farias Torres afirma que o acúmulo de bens é proveniente de herança e sociedade com familiares, entre outros motivos.

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