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    Umberto Luiz D'Urso (1925-2014) - O advogado não sabia cobrar dos clientes

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    11/11/2014 00h01

    Terno, camisa e lenço brancos, meias pretas, uma gravata discreta e o mesmo modelo de sapato. Dia após dia, era assim que Umberto Luiz D'Urso se vestia, até quando saía para um simples almoço no domingo com a família.

    O guarda-roupa monotemático foi uma das marcas do advogado que começou atendendo os clientes em casa, no Bom Retiro, centro paulistano, e que não sabia cobrar por seus serviços.

    Normalmente deixava os honorários em segundo plano —tinha quase vergonha de falar sobre isso—, o que fez a família passar por alguns apertos financeiros, já que não foram poucas as vezes em que acabou trabalhando de graça.

    Assim como dinheiro, tempo não era uma grande preocupação do advogado. Com seu jeito afável, atendia quem precisasse sem pressa. Nunca olhava para o relógio.

    Durante os mais de 50 anos de profissão, que lhe renderam o título de decano da advocacia pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), dedicou-se ao ensino do direito em várias universidades e ao escritório fundado em 1956, no qual ganhou a companhia dos dois filhos, Luiz Flávio e Umberto Luiz, e de três netos.

    Ligado à igreja, também advogou no Tribunal Eclesiástico. Gostava ainda de discutir política, influenciando alguns de seus descendentes, que já disputaram eleições.

    Morreu na quarta-feira (5), aos 88 anos, de falência de múltiplos órgãos. Deixa a mulher, Ruth, os filhos e quatro netos. A missa do sétimo dia será a partir das 19h de hoje (11/11), na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Bom Retiro, onde ajudava na missa todos os domingos.

    coluna.obituario@uol.com.br

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