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    Clovis Benjamin Truppel (1959-2014) - 'Risco', ativista da cultura blumenauense

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    12/11/2014 00h01

    Espaços abandonados em Blumenau (SC) pelo poder público ou por um morador eram a tela perfeita para a arte de Clovis Benjamin Truppel.

    Se o proprietário não gostasse da intervenção e resolvesse revitalizar o espaço, melhor ainda. "A arte tem que estar na rua [...], tem que estar onde ela possa incomodar", dizia, citando o poeta catarinense Lindolf Bell.

    Por sua posição contestadora ("o artista tem que ser politizado"), tornou-se um ativista da cena cultural do município do Vale do Itajaí.

    É um dos idealizadores do Projeto Colmeia, coletivo que leva gratuitamente à população, uma vez ao ano, produções e apresentações de todas as formas de arte.

    Autor dos primeiros grafites nos muros blumenauenses, tinha um traço marcante, que deu origem ao apelido que o acompanharia: "Risco". "Eu defino minha arte como um risco mesmo", afirmou em um vídeo sobre sua trajetória.

    Uma de suas obras mais famosas é "A Mulher de Um Risco Só", desenhada com um único traço contínuo.

    Apaixonado pela arte, deixava de comprar comida para adquirir tinta. Para muitos, passava a impressão de ser um tanto rude. Dizem os amigos, porém, que era doce e sensível. E do tipo que "se jogava" em suas criações —tinha quase como um lema a frase "Paz, amor e queda livre".

    Atualmente, ocupava uma cadeira na Câmara de Artes Visuais do Conselho Municipal de Política Cultural.

    Morreu na sexta-feira (7), aos 55 anos, depois de sofrer um infarto. Deixa a companheira, Natele, e três filhos do primeiro casamento.

    coluna.obituario@uol.com.br

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