Moradores da zona norte de São Paulo se mostraram surpresos com a declaração divulgada pela Sabesp nesta quarta-feira (12).
Segundo a estatal, é regra da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) que cada imóvel residencial tenha uma caixa-d'água com capacidade para suprir a demanda da família por pelo menos 24 horas.
O cozinheiro Reinaldo Sacramento Paz, 44, reclama que, desde que começou a seca no Sudeste, o preço da caixa-d'água aumentou.
"Se eles [a Sabesp] sabiam desde o início que iria faltar [água], poderiam ter avisado e resolvido o problema quando ainda estava barato. Falar agora o que eu precisava ter feito antes não adianta."
"Até o balde que eu fui comprar um dia desses está mais caro", diz ele, que mora na Vila Barbosa, no distrito do Limão.
O cozinheiro construiu uma edícula na parte de trás da casa de um amigo, onde mora com a mulher e os dois filhos. A falta de água é diária, diz ele, que, mesmo assim, vai esperar os preços diminuírem para instalar o equipamento.
Morador do mesmo bairro, o motorista Maione Andrade Souza, 25, ainda está construindo a casa em que mora e não conseguiu instalar uma caixa-d'água. Os motivos, diz, são o preço em alta e o fato de ter quebrado a perna, o que paralisou o trabalho.
"Ninguém me avisou dessa nova regra quando comecei a obra, mas acho normal, antes eles não tinham que lidar com esse problema."