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    Saúde pública está em luto com morte de Jatene, diz David Uip; veja repercussão

    DE SÃO PAULO

    15/11/2014 08h16

    O secretário de Estado da Saúde de São Paulo, David Uip, lamentou neste sábado (15) a morte do médico e ex-ministro da Saúde Adib Jatene, 85.

    "A perda do professor e ministro Adib Jatene é motivo de absoluta tristeza. A saúde pública está em luto", afirmou Uip.

    O secretário ainda destacou o papel de Jatene "para a consolidação do SUS em São Paulo e no Brasil". "Homem de princípios e sempre na vanguarda da defesa da saúde dos mais necessitados, o professor Adib foi fundamental para a consolidação do SUS em São Paulo e no Brasil", disse em nota.

    A presidente Dilma Rousseff, que participa da reunião do G20 em Brisbane (Austrália), também lamentou a morte do médico. Segundo a presidente, Jatene "foi um dos mais importantes cardiologistas do Brasil e um dos artífices da criação da CPMF, que permitiu destinar mais recursos para a saúde pública".

    Na noite desta sexta-feira (14), o médico passou mal e foi levado ao Hospital do Coração, em São Paulo, onde morreu. Segundo a assessoria do hospital, a causa da morte do médico foi um infarto agudo do miocárdio.

    Adib Jatene foi enterrado às 17h deste sábado (15) no Cemitério do Araçá, zona oeste de São Paulo.

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    "O Brasil perdeu nesta sexta-feira um dos seus filhos queridos. A morte do médico Adib Jatene deixa nossa Nação triste. Ele foi um dos mais importantes cardiologistas do Brasil e um dos artífices da criação da CPMF, que permitiu destinar mais recursos para a saúde publica. Expresso meus sentimentos à viúva, dona Aurice, e aos filhos do casal: Ieda, Marcelo, Fábio e Iara", disse, em nota, a presidente Dilma Rousseff (PT).

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    "Foi uma grande perda para São Paulo, para o Brasil e para a ciência. Era um homem de muitas frentes de trabalho. Grande cirurgião, professor e pesquisador. Era comprometido com a saúde publica, ótimo secretário de estado, ministro. Foi a vanguarda do SUS. Era uma pessoa comprometida com as pessoas", disse, no velório, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).

    Alckmin já havia se manifestado anteriormente por meio de nota oficial: "Hoje é um dia triste para a saúde do Brasil com o falecimento do ex-ministro, professor, pesquisador e médico cardiologista Adib Jatene. Diretor-geral do HCor, Jatene foi um dos pioneiros da cirurgia do coração no Brasil. Seu legado inclui inúmeros feitos para a medicina, como o primeiro médico a realizar a cirurgia de ponte de safena no Brasil, o desenvolvimento do primeiro coração-pulmão artificial do mundo e a técnica para corrigir artérias de bebês, conhecida como 'cirurgia de Jatene'. Também teve enorme participação na consolidação do SUS em São Paulo e no Brasil. A seus familiares e amigos, transmito os meus sentimentos."

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    "Adib Jatene não morreu. Vai viver eternamente pelos exemplos que deu de paixão pelo ser humano e por seus paradigmas de ética. O exemplo que deu de amor ao próximo dignifica o ser humano", afirmou o candidato a deputado Paulo Maluf (PP).

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    "Adib Jatene representa uma perda enorme para a sociedade paulista e brasileira –como professor de medicina, que é como mais gostava de ser intitulado, como pesquisador emérito e um dos maiores gestores públicos que esse país já teve. Um homem completo do ponto de vista profissional e pessoal. Para mim é uma perda enorme porque eu tinha convívio forte com ele desde a faculdade de medicina. Eu era contemporâneo do Fábio, filho dele. O professor sempre esteve ao meu lado, auxiliando e opinando, e ultimamente presidindo o Conselho Superior de Gestão de Saúde de SP. O que mais marcou sua carreira foi a coragem. Ele concebia, formulava e convencia as autoridades por conta de seu grande gabarito. E é isso que faz as pessoas serem maiores", disse, no velório, o secretário de Estado de Saúde de São Paulo David Uip.

    Uip já havia se manifestado em nota: "A perda do professor e ministro Adib Jatene é motivo de absoluta tristeza. Eu era um admirador dele desde a época em que, além de dar aulas, mostrava o seu lado de homem de família que fazia questão de ver os jogos de vôlei em que eu e o seu filho, hoje o Doutor Fábio Jatene, participávamos no ABC paulista. Homem de princípios e sempre na vanguarda da defesa da saúde dos mais necessitados, o professor Adib foi fundamental para a consolidação do SUS em São Paulo e no Brasil. O Professor Adib nos ajudou muito como presidente do Conselho Superior de Gestão, cargo que o convidei para ocupar recentemente e que desempenhou com uma competência ímpar. A saúde pública está em luto".

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    "É uma perda muito grande. Adib foi um grande homem público, médico e pessoa. Tive a oportunidade de praticamente sucedê-lo no Ministério da Saúde e sei da importância de seu trabalho para a saúde pública no Brasil. Fez inovações que ficaram para o mundo todo. Suava a camisa, trabalhava muito. Foi na época do Adib que de fato começou a luta contra a Aids no Brasil. Também o programa de saúde da família teve seu primeiro impulso, bem como a descentralização para Estados e municípios. Tinha a particularidade de ser um médico que sabia mexer com números. Foi ele quem propôs a CPMF, por exemplo. Era também um sociólogo brilhante", afirmou o senador eleito José Serra (PSDB) durante o velório.

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    "Uma das mentes mais brilhantes e humanas que já conheci. Sempre respeitoso ao defender posições, criticar a partir delas, no cuidado com pacientes. Adorava mexer em suas engenhocas. Deu contribuição inestimável como ministro e ex-ministro. Quando ele tinha perto de 80 anos e eu 40, publicamos juntos um livro sobre as nossas experiências com a medicina. Em setembro, em plena campanha, arranjei tempo para perguntar pra seus filhos sobre seu estado de saúde. Perde a família, a medicina de excelência e a defesa da saúde pública de qualidade. Era um especialista em gente", disse o petista Alexandre Padilha durante visita ao velório.

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    "O médico acriano Adib Jatene morre aos 85 anos. Ele que tinha como missão melhorar a qualidade da saúde, atuou com espírito republicano. Que Deus possa confortar familiares e amigos de Adib Jatene e a tantos que militam para melhorar a saúde no Brasil", afirmou via Twitter a terceira colocada na disputa ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano, Marina Silva (PSB).

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    "Para a colônia sírio-libanesa, perdemos o mais dileto de nossos representantes. Desde pequeno, ouço meus pais falarem da trajetória de Adib Jatene. Foram décadas de espírito público, retidão e compromisso com a saúde. Era um dos maiores cardiologistas do mundo. Um dos que mais projetaram o Brasil internacionalmente", afirmou o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad durante visita ao velório. O prefeito também comentou em sua conta no Twitter a morte do médico: "Adib Jatene não era apenas um dos maiores cardiologistas do Brasil. Era homem público apaixonado pela causa da saúde. Privilégio conhecê-lo".

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    "Dr. Adib é a maior figura da saúde brasileira dos últimos 50 anos. O príncipe dos especialistas do Brasil. Ao mesmo tempo, era uma pessoa de sentimento humanista, como todo médico deve ser. Era alguém que conseguia falar em igualdade de condições com o presidente, com o congresso e com o povo", disse, no velório, o ex-candidato à Presidência Eduardo Jorge (PV). Pelo Twitter, o médico sanitarista já havia prestado sua homenagem: "Dr. Adib Jatene morreu do coração. Do coração que amou o seu povo e país. Para mim era e será um monumento, um exemplo, um pai."

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    "Adib Jatene fez avançar a medicina no Brasil. Cirurgião cardíaco, ampliou a fronteira da vida, criando novos procedimentos e tecnologias", disse, via Twitter, o deputado federal José Aníbal (PSDB).

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    "A academia e a ciência brasileira perdem um de seus principais expoentes com o falecimento do professor emérito da Faculdade de Medicina da USP, Adib Domingos Jatene. Um dos mais respeitados pesquisadores da área médica, nacional e internacionalmente, Jatene foi um pioneiro no campo da cirurgia cardíaca, mas, acima de tudo, um exemplo para todos aqueles que se dedicam à Medicina, pela generosidade, afabilidade e humildade com que tratava colegas e pacientes. Por sua atuação como ministro e secretário de Saúde, sempre buscou levantar bandeiras importantes na área da saúde pública e foi peça-chave para a criação de importantes instituições médicas, como o Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo. No próximo dia 24 de novembro, Jatene participaria de um seminário, em comemoração aos 80 anos da Universidade, para discutir o papel da USP como geradora do conhecimento em padrão de excelência. Infelizmente, não poderemos contar com suas valiosas contribuições nesse debate, mas a ele prestamos todas as homenagens da Universidade como modelo dessa história, excelência e busca incessante da inovação e do desenvolvimento da área médica de nosso país, diz a nota do reitor do USP, Marco Antonio Zago

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    "O Acre chora a perda do prof. Adib Jatene...de Xapuri para o mundo –glória, honradez, inteligência, ética, ciência", destacou em sua conta no microblog o governador eleito do Acre, Tião Viana (PT).

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    "Morre Abib Jatene. O Brasil perde um grande medico. Nós perdemos um amigo", destacou Gilberto Natalini, candidato do PV que concorreu ao governo de São Paulo nas eleições de outubro, em sua conta no microblog.

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    "O Ministério da Saúde recebeu com tristeza o anúncio do falecimento do médico, professor e ex-ministro da Saúde Adib Jatene. A medicina brasileira e a saúde pública do país são gratos por suas contribuições nos mais de 40 anos de profissão. Ele, sem dúvida, traduz a força dos milhares de brasileiros que superam suas dificuldades, em sua convicção de desenvolvimento pessoal e esperança de um mundo melhor. Desde a sua oficina no fundo de sua casa, esse engenheiro do coração, trouxe importantes inovações para as cirurgias cardíacas. Na prática médica, suas técnicas são reconhecidas internacionalmente. Como ministro da Saúde e militante da saúde pública, deixou sua marca pela inabalável busca pela melhoria da atenção à saúde da população e pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde. Uma história de defesa e ensino de uma medicina voltada essencialmente e fundamentada nas pessoas. A Saúde, em luto, deve um agradecimento especial a esse grande brasileiro", disse, em nota, o Ministério da Saúde.

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    "A trajetória de vida de Adib Jatene é exemplo para todos os jovens. Por méritos próprios, foi referência mundial na cardiologia', disse via Twitter o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).

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    "Lamento aqui a transvivenciação de dois amigos que tanto admiro: Leandro Konder e Adib Jatene. Deus os tenha em Seu amor de plenitude!", disse Frei Betto, em sua conta no Twitter.

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    "Adib Jatene alem de um grande cirurgião foi um notável homem público Homem honrado, fará muita falta", afirmou Geddel Vieira Lima (PMDB), em sua conta no microblog.

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    "Foi com profundo pesar e tristeza que recebi a notícia da morte do ministro Adib Jatene. Motivo permanente de inspiração para todos que o rodeavam, Jatene conseguiu, sempre, unir o mais absoluto rigor nos procedimentos médicos a um tratamento humanizado, em uma relação sempre próxima de cada um de seus pacientes. Sua postura ética e justa foi, e será, um farol a iluminar toda a medicina. Devo muito da minha carreira a ele, que sempre teve uma palavra amiga e encorajadora a oferecer. Acompanhá-lo por anos no centro cirúrgico e na UTI foi uma aula que jamais esquecerei. Ser o diretor da Faculdade de Medicina da USP, onde Jatene graduou-se –e na posição que ocupou com tanto talento e dedicação–, me enche de orgulho e responsabilidade. É preciso destacar, ainda, sua trajetória como agente de nossa vida pública, sendo figura fundamental para que o Sistema Único de Saúde avançasse, beneficiando milhões de pacientes. Gostaria de estender, aqui, meus sentimentos a todos os familiares do ministro e seus filhos, com quem tenho a alegria de partilhar a amizade. O Brasil perde uma de suas mais brilhantes figuras públicas", disse José Otávio Costa Auler Junior, diretor da Faculdade de Medicina da USP, em sua passagem pelo velório.

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    "Jatene era uma pessoa especial. Era membro do conselho estratégico da Fiesp, assim pude ver como, quando debatíamos assuntos relacionados à energia, educação e desenvolvimento, ele opinava com o mesmo brilhantismo e equilíbrio com que se destacava na medicina", falou, do velório, o ex-candidato ao governo paulista Paulo Skaf (PMDB).

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    "Hoje perdemos um grande amigo, professor e médico exemplar. Trouxe pesquisas inovadoras, novas formas importantes de tratar cardiopatias congênitas. Por exemplo com o desenvolvimento do coração artificial. Mas o mais importante agora é o legado eterno que ele deixa. Espero que sirva de exemplo para toda a geração que vem no Brasil e no mundo. Todas as suas ideias são e serão seguidas e continuadas pela equipe do HCor", pronunciou-se, em nome do HCor, o superintendente médico Carlos Alberto Buchpiguel.

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    "Jatene cumpriu a missão dele de médico e professor. Sempre foi muito envolvido. Fez o que estava a seu alcance para melhorar a saúde do país. O que mais o marcou foi a carreira de cirurgião cardíaco. As habilidades de gestor completaram uma carreira já muito bem sucedida, mas o importante foi sua dedicação como médico aos pacientes que curou", disse o ex-secretário estadual de Saúde de São Paulo e diretor da Faculdade de Medicina da USP, Giovanni Cerri.

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    "O Brasil amanheceu hoje sem um de seus personagens mais marcantes, o médico e ex-ministro da Saúde Adib Jatene. Além de sua importância para a história da saúde pública brasileira, Adib uniu a ciência, a ética e os valores humanistas na construção do Sistema Único de Saúde (SUS). Um exemplo de gestor e, acima de tudo, de cidadão, atuante e dedicado à população brasileira", pronunciou-se, em nota, Luiz Antonio Santini, diretor-geral do Inca (Instituto Nacional do Câncer).

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    "Eu devo tudo ao Adib Jatene. No segundo ano da faculdade de enfermagem, na FMU, engravidei da minha filha. Ele ficou sabendo, pela equipe, que eu estava com dificuldades e que eu ia parar de estudar, mas ele cuidou do assunto e eu pude continuar. Ele tratava cada paciente como uma pessoa especial, você podia sentir o carinho. Ele era muito gentil, mas muito profissional. Quando chegava perto eu ficava tensa, como se fosse meu primeiro dia. Era muito concentrado e queria o serviço para ontem, e nunca mais ou menos. Quando todos desistiam, ele continuava tentando. Uma vez, todos desistiram de um bebê, mas ele continuou fazendo massagem cardíaca, e o coração bateu. Minha paixão por cirurgia cardíaca nunca acabou por causa dele", disse Nicole Rohde, 35, profissional da saúde que trabalhou na equipe de Adib Jatene e hoje integra a do filho dele, Fábio Jatene.

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    "Quando eu tinha sete anos, fui diagnosticado com um problema cardíaco. A médica disse na época que só tinha duas pessoas que podiam me operar no Brasil. Uma delas era o Adib Jatene. A família inteira veio do Rio para São Paulo, mas o plano de saúde não cobria toda a operação. Meus pais contam que o Adib Jatene disse para eles não se preocuparem e pagarem o que pudessem. É uma história muito emocional que eles sempre contaram. Eu nunca mais tive problemas, mas quando vou fazer chek-up, digo para todo mundo que fui operado pelo Adib Jatene", disse Ricardo Scarpa, 47, publicitário.

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