• Cotidiano

    Friday, 03-May-2024 00:45:51 -03

    Rio de Janeiro

    Setor privado é essencial para gestão de parques públicos, diz especialista

    LUIZA FRANCO
    DO RIO

    18/11/2014 12h00

    A parceria entre os setores público e privado é essencial para a gestão de parques públicos, afirmou Elizabeth Barlow, fundadora e ex-presidente da Central Park Conservancy, organização sem fins lucrativos que revitalizou o Central Park, em Nova York.

    Atualmente a organização levanta 75% dos fundos para gestão do Central Park e toca o dia a dia da manutenção do parque, que tem 843 hectares e recebe 40 milhões de pessoas por ano. O orçamento anual para a gestão do local é de US$ 57 milhões (R$ 148 milhões).

    Ela está no Rio para a segunda edição do fórum Arq. Futuro Parques do Brasil, que acontece nesta terça (18) e quarta (19). O encontro reunirá especialistas brasileiros e estrangeiros para discutir a gestão de parques urbanos e nacionais, e focará em dois aspectos: gestão e investimento.

    Rogers falará sobre a parceria público-privada na gestão do Central Park. Depois, conversará sobre o caso do parque do Flamengo, zona sul do Rio.

    O Parque do Flamengo vem sofrendo de má conservação e casos de violência. Levantamento feito em abril pela Folha mostrou que, das 28 obras do paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994) que deveriam ser mantidas por instituições públicas, pelo menos dez estavam degradadas ou mal conservadas.

    "Você já ouviu falar na palavra burocracia?", diz Rogers em resposta a uma pergunta sobre a capacidade de um governo de gerir sozinho um parque público.

    Para ela, não é impossível que o poder público possa, em tese, cuidar de um parque sozinho, mas parcerias permitem que o trabalho seja feito de maneira menos engessada e mais eficiente.

    Nos anos 1970, o Central Park era um lugar degradado e perigoso. A prefeitura de Nova York vivia uma situação fiscal delicada e a manutenção do parque sofreu como resultado. Segundo Rogers, a prefeitura de Nova York deu boas-vindas à iniciativa de arrecadar fundos privados para financiar a revitalização do parque. Há nos EUA uma cultura de filantropia que facilita esse tipo de iniciativa.

    As doações são feitas por projeto -o doador financia a restauração de uma fonte, a revitalização de uma das 53 áreas do parque. Yoko Ono, viúva de John Lennon, por exemplo, foi uma das primeiras pessoas a fazer uma grande doação. O casal vivia num prédio famoso chamado Dakota, que fica bem na frente do parque. Hoje uma área do Central Park Dakota se chama "Strawberry Fields", em homenagem à canção do Beatle.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024