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    Cleonacio Pereira de Albuquerque (1951-2014) - Castelo ajudou moradores carentes do Limão

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    19/11/2014 00h00

    Havia uns 30 anos que o Dia da Criança e o Natal eram muito esperados pelos moradores de duas comunidades carentes do bairro do Limão, na zona norte de São Paulo.

    A fim de dar um pouco de comida e alento aos menos favorecidos da vizinhança, nessas datas Cleonacio Pereira de Albuquerque distribuía dezenas de brinquedos e cestas básicas, comprados com seu próprio dinheiro.

    Cleonacio sabia bem o que era passar dificuldades. Quando chegou a São Paulo vindo da Paraíba, várias vezes se alimentou com o que encontrou no lixo dos bairros nobres da cidade onde trabalhava como entregador.

    O vale-alimentação que ele ganhava era enviado para a mãe e os 12 irmãos, que tinham ficado na terra natal.

    Com o tempo e a ajuda da mulher, Maria, que veio para cá depois, conseguiu melhorar de vida. Atualmente, tinha quatro restaurantes.

    No Limão e na vizinhança, onde também ajudava igrejas e orfanatos, ninguém sabia o nome verdadeiro de Cleonacio; para todos, ele era o seu Castelo. Teria ganhado tal apelido por se parecer muito com o retrato do ex-presidente Castello Branco impresso em uma cédula.

    Com diabetes e após sofrer vários AVCs (acidente vascular cerebral), tinha a saúde debilitada. Morreu na sexta (14), aos 62. Viúvo havia seis anos, deixa os três filhos, que pretendem continuar o trabalho social do pai, inclusive neste próximo Natal, e sete netos -o oitavo está para nascer.

    A missa do sétimo dia será rezada a partir das 19h30 de amanhã (20/11), na capela São Miguel Arcanjo, na Vila Prado, zona norte paulistana.

    coluna.obituario@uol.com.br

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