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    Justiça suspende reintegração de posse de 'Novo Pinheirinho' em São Paulo

    EMILIO SANT'ANNA
    DE SÃO PAULO

    19/11/2014 20h36

    Os 900 moradores do Jardim Lourdes ameaçados de despejo ganharam um folego para tentar se manter em suas casas. A Justiça suspendeu, nesta quarta-feira (19), a reintegração de posse prevista para a próxima semana.

    Como a Folha informou no domingo (16), o terreno de 10 mil metros quadrados na zona leste de São Paulo é particular e começou a ser invadido há quase dez anos.

    Os moradores dizem querer pagar pelo terreno, mas o proprietário –Hassan Wacked– não quer vender, como informou seu advogado Edson Miragaia de Souza.

    De acordo com a decisão desta terça do Tribunal de Justiça, o caso será o primeiro a ser avaliado pelo Grupo de Apoio às Ordens de Reintegração de Posse que deve ser oficialmente instituído no próximo dia 26. Um dos objetivos é evitar os casos possam resultar em prejuízos sociais.

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    Segundo Kleber Leyser de Aquino, juiz assessor do presidente do TJ, uma nova audiência de conciliação será entre os moradores e o proprietário do terreno.

    Também serão chamados a participar representantes do Estado, município e União.

    Em ato público realizado na segunda-feira (17), na Câmara Municipal, o promotor José Carlos Freitas (Urbanismo e Habitação) cobrou aos moradores do Jardim Lourdes o mesmo tratamento dispensado pela Justiça ao terreno da Copa do Povo, em Itaquera, também na zona leste.

    Após pressões do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), o poder público se comprometeu a tornar a área da Copa do Povo, invadida por mais de mil pessoas um mês antes da Copa, uma área de moradia popular com financiamento do Minha Casa, Minha Vida -Entidades.

    "Agora vamos sentar e avaliar a melhor forma de manter os moradores nas suas casas em que moram há quase dez anos", diz o advogado André Albuquerque.

    Representante dos moradores, ele é diretor da Terra Nova –empresa social especializada em mediar conflitos de terras ocupadas irregularmente– e também atuou na reintegração no Pinheirinho –área privada de onde foram retiradas, sob polêmica, 2.000 famílias em São José dos Campos (97 km de SP), há dois anos.

    Diferentemente da invasão do Pinheirinho, o Jardim Lourdes é definido pelo poder público como área de interesse social: só pode receber moradias para baixa renda.

    A reportagem não conseguiu entrar em contato com o advogado do proprietário da área. Procurado, Souza não retornou até às 20h20.

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