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    Albert Abdalla Arida (1922-2014) - Primeiro egípcio a se naturalizar brasileiro

    ANDRESSA TAFFAREL
    DE SÃO PAULO

    23/11/2014 00h00

    Tamanha sua paixão pelo Brasil, Albert Abdalla Arida tinha o maior orgulho de contar que era o primeiro egípcio naturalizado brasileiro.

    Adorava um falafel e também uma feijoada. Quando a seleção canarinho enfrentou os melhores jogadores de seu país natal, não teve dúvidas em torcer pela amarelinha.

    Albert sentia-se muito grato por ter sido tão bem aceito aqui, mesmo chegando já adulto, com cerca de 30 anos.

    A passagem pelo Brasil era para ter sido temporária. Ele e o irmão, Edward (o segundo egípcio naturalizado brasileiro), viajaram para cá para visitar uns primos, antes de se mudarem para a Austrália.

    Escultores e pintores, apresentaram peças em árabe no clube Homs, na avenida Paulista. Lá, também conheceram as irmãs Afiza e Florinda. Albert casou-se com a primeira, Edward com a segunda.

    Por muitos anos, os quatro dividiram a mesma casa e criaram sob o mesmo teto os seis filhos —três de cada casal. Para as crianças, os tios também eram pais.

    Fãs de Carnaval, os irmãos egípcios criaram e costuraram fantasias para concursos —tinham uma loja de aviamentos na região de 25 de Março e, depois, Albert abriu outra na zona sul paulistana.

    Autor de peças de teatro, Albert incentivava o lado artístico da família, mas também ensinou muita matemática —fazia contas difíceis sem calculadora. Gostava ainda de palavras cruzadas e Sudoku.

    Morreu na quarta (19), aos 92, de problemas causados pela idade. Viúvo, deixa as filhas, Leila e Soraya —Ramsés faleceu em setembro—, e quatro netos, além dos sobrinhos e sobrinhos-netos.

    coluna.obituario@uol.com.br

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