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    João Manuel Cardoso Martins (1947-2014) - O lusitano tornou-se um médico humanista e escritor

    DE SÃO PAULO

    25/11/2014 00h00

    Nos 43 anos em que deu aulas na PUC-PR, João Manuel Cardoso Martins destacou-se não apenas pelo conteúdo médico que ensinou, mas também pela formação humanista, que tanto prezava.

    "Mortos e vivos associados a uma profissão que é de curar, reparar, mitigar, mas também de trazer esperança a quem não a tem e que, portanto, necessita de palavras e atos pertinentes", escreveu no prefácio de um de seus livros.

    Além de especialista em reumatologia e clínica médica, era escritor e poeta.

    Seu interesse pelas letras destacou-se ainda na universidade com o jornalzinho "O Crânio". Já nos anos 2000, criou canais de interação com os médicos, principalmente os mais jovens.

    Primeiro, escreveu um livreto com dicas para os colegas; depois, produziu um encarte no jornal do CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná), com o sugestivo nome de "Iátrico" (relativo à arte de curar), e que mais tarde tornou-se uma revista.

    No ano passado, foi homenageado pelo conselho federal com a comenda Moacyr Scliar de Medicina, Literatura e Arte, em reconhecimento ao seu trabalho em prol da ciência médica e da cultura.

    Era conhecido por provocar o leitor, levando-o a refletir e formar uma opinião.

    Nascido em Portugal, João chegou ao Brasil no início dos anos 1950. Viveu na região de Londrina, no interior do Paraná, até se mudar para Curitiba para cursar a faculdade.

    Nos últimos anos, lutava contra um câncer. Morreu na terça (18), aos 67. Deixa Maria Isabel, sua companheira havia 42 anos, e os filhos, Flávia, Juliana, Vitor Emanuel e João Luiz, além de cinco netos.

    coluna.obituario@uol.com.br

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