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    Gansos atuam como 'vigias' contra fugas em penitenciária de Cuiabá

    RODRIGO VARGAS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CUIABÁ

    26/11/2014 16h38

    A maior penitenciária de Mato Grosso ganhou um inusitado reforço em sua estrutura de segurança: uma "tropa" de 28 gansos, que vão ajudar a vigiar os presos para evitar fugas.

    O "grupo especializado" está em treinamento, atua na Penitenciária Central do Estado, que abriga cerca de 1.700 detentos, e já evitou uma fuga, segundo o governo.

    A ajuda das aves será dada por meio de uma característica dos bichinhos: o barulho que eles fazem quando percebem movimentação atípica ou se sentem ameaçados, diz o secretário de Justiça, Luiz Antônio de Carvalho.

    "Os gansos são extremamente territorialistas. A barulheira que eles aprontam pode ser ouvida de qualquer ponto de vigilância da unidade", diz o secretário.

    Divulgação
    Gansos que estão sendo treinados para evitar fugas em penitenciária
    Gansos que estão sendo usados para evitar fugas em penitenciária

    Os primeiros oito gansos, que custaram R$ 200 por casal e foram encomendados para um criador especializado, entraram em serviço no início deste mês. Outros 20 se juntarão ao grupo até o final do ano.

    Todos serão criados em um espaço localizado entre o alambrado e o muro que circunda o perímetro da penitenciária.

    "No primeiro dia que os trouxemos, já tivemos a primeira fuga evitada. Eles alertaram para um detento que tentava a fuga pelo telhado", diz Carvalho.

    A inspiração para o projeto veio de uma penitenciária em Santa Catarina, mas o emprego dos animais começou nos Estados Unidos, segundo o secretário.

    "Os presídios dos EUA não costumam ter muros, somente alambrados. O uso dos gansos ajudou a diminuir a taxa de fugas", afirma.

    INSTINTO TERRITORIAL

    Uma das vantagens para o uso dos gansos nas penitenciárias é o baixo custo necessário para a criação – eles se alimentam de milho e frutas.

    "Não há necessidade de treinamento. O que é preciso é que eles se sintam ambientados, em casa, e naturalmente o instinto territorial se revela em pouco tempo", explica o secretário.

    A Associação Voz Animal, entidade que defende os direitos dos animais em Mato Grosso, disse que irá solicitar ao Juizado Ambiental uma vistoria no local onde os gansos são criados.

    "Vamos pedir para verificar as condições em que estes animais estão sendo mantidos. É preciso saber se eles terão um local adequado, com cuidados específicos e acompanhamento veterinário", diz Maria das Dores Gonçalves da Silva, presidente da associação.

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