O governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, disse que o período eleitoral foi o que atrapalhou o acordo entre os Estados do Sudeste para a transposição das águas da bacia do Paraíba do Sul.

Nesta quinta-feira (27), os governadores de três Estados da região assinaram um acordo num processo judicial que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) para tratar da questão.

"Existe a concordância para o entendimento", disse o governador. "Ninguém quer prejudicar nenhum Estado. Queremos as garantias para o futuro. Desse limão saiu uma grande limonada".

Perguntado se ele tinha colocado o limão, Pezão respondeu que foi o período eleitoral.

"Cada um estava cuidando das campanhas e não deu para a gente sentar e dialogar. Ninguém vai perder. A população dos três Estados vai ganhar com a solidariedade nossa", disse o governador do Rio apontando para recursos federais que virão para obras de saneamento no Estado.

O ministro do STF Luiz Fux reforçou que o acordo foi bom para os Estados e que todos tiveram que ceder em algum ponto.

"Com extrema transparência e sinceridade, os três vieram para fazer concessões para a realização do acordo", disse o ministro Luiz Fux. "Todos saem ganhando, inclusive o Judiciário que resolveu um problema gravíssimo de conflito federativo".

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, disse que a reunião harmonizou os interesses dos três Estados — que ele chamou de "irmãos" — e disse que está confiante que vai poder, com o acordo, garantir a quantidade de água para o Rio de Janeiro e Minas Gerais.

"Temos até fevereiro para arrematar essas garantias para agora e para o futuro, dando melhor aproveitamento aos nossos recursos hídricos", afirmou.

Já o governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, lembrou que o mais importante era garantir para o Estado as vazões de água para o futuro.