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    Citado em escândalo do ISS, vereador quer disputar presidência da Câmara

    DE SÃO PAULO

    02/12/2014 16h38

    Após se afastar da Secretaria de Governo da gestão Fernando Haddad (PT) durante o escândalo da máfia do ISS (Imposto sobre Serviços), o vereador petista Antonio Donato quer disputar a presidência da Câmara Municipal de São Paulo. O atual presidente é José Américo (PT), que foi eleito deputado estadual e vai deixar a Câmara em 2015.

    Donato está afastado dos holofotes desde novembro do ano passado, quando o nome dele começou a aparecer na investigação sobre fiscais suspeitos de desviarem cerca de R$ 500 milhões dos cofres municipais. Ele deve concorrer dentro do PT com outros nomes, como o do líder do governo, Arselino Tatto.

    Na época, Donato era homem-forte da gestão Haddad, mas acabou pedindo para sair do cargo de secretário de Governo afirmando que se defenderia na Câmara. Ele nega qualquer envolvimento com os fiscais e sustenta que nada foi provado contra ele.

    Eduardo Anizelli-12.nov.2013/Folhapress
    O vereador petista Antonio Donato vai disputar a presidência da Câmara Municipal de São Paulo
    O vereador petista Antonio Donato vai disputar a presidência da Câmara Municipal de São Paulo

    O nome do então secretário foi citado em depoimento ao Ministério Público por uma auditora –que mencionou colaborações à campanha dele em 2008, com dinheiro do esquema. E também em uma escuta telefônica –a ex-mulher de um dos auditores presos afirmou que ele teria recebido R$ 200 mil nas eleições.

    A Folha também revelou que um dos fiscais, Eduardo Horle Barcellos, trabalhou de janeiro a abril de 2013 no gabinete de Donato. Donato solicitou formalmente a transferência de Barcellos da pasta de Finanças para a sua secretaria no ofício 134/2013, de 17 de janeiro.

    Donato afirma que, durante o perído em que Barcellos atuou na pasta pela qual era responsável, não havia qualquer indício de irregularidade ou denúncia contra ele. Além disso, segundo o vereador, ele não ocupou cargo de confiança, permanecendo sem função enquanto buscava transferência para outra secretaria.

    A primeira denúncia da máfia do ISS se resumiu apenas aos servidores municipais, poupando Donato e outros políticos citados durante as investigações. O Ministério Público avalia que, numa segunda fase da investigação, políticos sejam eventualmente responsabilizados no caso da máfia do ISS.

    A defesa de Donato afirma que ele não é investigado nesse inquérito respeito do núcleo político do escândalo. O vereador responde a inquérito à parte por enriquecimento ilícito, no qual não foi indiciado.

    Na avaliação de Donato e da direção do PT, as denúncias não o afetam porque não se comprovaram.

    O vereador diz que abriu seu sigilo fiscal e bancário à Justiça e que prestou todos os depoimentos ao Ministério Público. Segundo a defesa de Donato, o vereador apresentou ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e à Receita Federal o detalhamento de suas transações bancárias.

    Donato não vai se pronunciar até a próxima quinta-feira (4), quando haverá uma reunião do PT. No encontro, será decidido o futuro candidato à presidência da Câmara.

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