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    Morte de 200 periquitos mobiliza a polícia em Manaus (AM)

    LUCAS REIS
    DE MANAUS

    02/12/2014 17h43

    Mais de 200 periquitos-de-asa-branca, de cerca de 20 centímetros, foram encontrados mortos desde quinta-feira (27) em frente a um condomínio de alto padrão em Manaus (AM). A morte das aves, típicas da região, já provocou protestos e mobiliza as polícias Civil e Federal.

    Os periquitos começaram a cair mortos na calçada e na avenida próximas ao residencial Ephigênio Salles, localizado em frente as palmeiras imperiais onde as aves costumam dormir nesta época do ano. Desde 2012, os moradores cobriram as árvores com telas, para evitar as aves, com autorização da prefeitura.

    A mortandade está sendo investigado pela Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas), ligado ao governo, e é acompanhado por entidades e centenas de pessoas pelas redes sociais. Polícia Civil e até a Polícia Federal investigam o caso, na esfera criminal, e buscam imagens de câmeras de segurança na vizinhança para tentar identificar possíveis autores.

    "É difícil falar sem comprovações ou dados técnicos, mas a possibilidade de envenenamento está sendo tratada", disse Antônio Ademir Stroski, presidente do Ipaam, que solicitou ao condomínio retirada das telas das árvores em até 24 horas.

    No sábado (29), um protesto em frente ao condomínio reuniu quase 300 pessoas, que encontraram mais animais mortos no local. Os manifestantes exigiam investigação sobre o caso e a retirada das telas.

    O Ipaam recolheu 40 animais mortos para realizar necropsia, além de amostras da tela usada nas palmeiras, em busca de vestígios de veneno. Os resultados dos exames serão enviados para a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

    Os periquitos são comuns na área urbana nesta época do ano, e se alimentam de frutas. "Esse bando encontrou um conjunto de fatores favoráveis para pernoitar naquele local, como por exemplo a falta de predadores", afirma Stroski. "Mas apenas passam a noite por lá. Quando amanhece, as aves se dispersam", diz.

    O Ipaam discute agora uma saída para evitar mais danos aos periquitos, como o manejo das aves. Em reunião no instituto, nesta segunda-feira (1°), o síndico do residencial negou que tenha havido envenenamento. A Folha tentou contato com o condomínio, sem sucesso.

    Em 2012, durante a polêmica sobre a instalação das telas nas palmeiras imperiais, o condomínio alegou que a medida visava proteger as árvores, que estariam sendo destruídas pelos periquitos.

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