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    USP restringe festas no campus e proíbe venda de bebidas alcoólicas

    DE SÃO PAULO

    02/12/2014 17h56

    Festas na USP (Universidade de São Paulo) só se forem "compatíveis com a vida universitária, em locais que comportem o público esperado, que não interfiram nas atividades da universidade" –e sem venda de bebidas alcoólicas.

    O Conselho Gestor do campus de São Paulo aprovou nesta terça-feira (2) regulamento sobre a realização de festas no local. Segundo a regulamentação, esses eventos deverão ser previamente autorizado pelo diretor da unidade onde será realizada a festa e pela Prefeitura do Campus.

    O regulamento foi aprovado dois meses após a morte do estudante Victor Hugo Marques dos Santos, 20, encontrado na raia olímpica da USP em setembro, após ir a um evento no campus.

    Victor Hugo desapareceu de uma festa no velódromo da USP, promovida pelo Grêmio Politécnico com autorização da universidade. Segundo seus amigos, ele desapareceu após ir buscar cerveja sozinho.

    Eles relataram ainda que o rapaz havia tomado uma bebida conhecida como "Amnésia" (vodca, soda e suco em pó), oferecida pelos organizadores do evento. O corpo do estudante só foi localizado três dias depois.

    O alerta que o caso disparou foi reforçado no mês passado pelas denúncias de abusos cometidos nas festas de recepção dos calouros da Faculdade de Medicina. Deliberação da unidade já havia proibido, na última semana, a venda de bebidas alcoólicas em festas até que seja pensado um modelo consciente de consumo.

    Relatório elaborado por uma comissão interna apontou abusos constantes na faculdade, como violência sexual, abuso moral, coação, discriminação de gênero e orientação sexual, intolerância étnica e religiosa, consumo excessivo de drogas ilícitas e controladas.

    De acordo com o novo regulamento aprovado no Conselho Gestor da USP, caberá aos organizadores das festas –que forem aprovados pela universidade– arcar com as responsabilidades administrativa, civil ou penal que possam resultar.

    A medida, elaborada a partir das discussões com dirigentes das unidades e estudantes, será encaminhada para a análise jurídica da Procuradoria-Geral da Universidade e deve entrar em vigor em 2015.

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