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    Sabesp aumenta custo de plano antidesperdício e reduz meta em SP

    ARTUR RODRIGUES
    FABRÍCIO LOBEL
    DE SÃO PAULO

    06/12/2014 02h00

    O plano de redução de desperdício de água da Sabesp para a Grande São Paulo ficou mais caro, mas teve diminuídas suas metas.

    Orçado em R$ 3,3 bilhões em 2008 (R$ 4,4 bilhões em valores corrigidos), o custo previsto do programa iniciado em 2009 pulou para R$ 6 bilhões.

    Atualmente, o índice de perdas na região é de 30,4%, incluindo de vazamentos a ligações irregulares –se considerada toda a área de atuação da empresa no Estado, o índice é de 24%.

    Editoria de Arte/Folhapress

    A meta visa apenas a redução dos vazamentos, isto é, das perdas físicas. Esse percentual, atualmente, é de 19,8% na Grande São Paulo.

    A expectativa da Sabesp em 2008 era que esse índice caísse a 13% em 2019. Apesar de ter ficado mais caro, o plano da empresa agora prevê que as perdas cheguem a 16,8% em 2019. A companhia afirma que os dados do projeto de 2008 foram revistos em 2012.

    A Sabesp afirma já ter investido R$ 2,3 bilhões na redução de perdas. Mas no ritmo atual de resultados, nem a nova meta será atingida. Desde 2009, a queda não chegou a um ponto percentual.

    A argumentação da empresa é que, abaixo dos 20%, as reduções ficam cada vez mais lentas e caras. O Ministério Público Estadual, porém, avalia se há irregularidades na atuação das empresas contratadas.

    Especialista na área hídrica, o engenheiro Julio Cerqueira Cesar Neto afirma que, de fato, essas obras são caras e de longo prazo. "É como uma pessoa obesa que perde muitos quilos. Quando chega a certo índice, fica mais difícil."

    O custo, porém, vale a pena, diz ele. "A redução de perdas de 20% para 15% é como se a Sabesp criasse um novo sistema de abastecimento."

    A Sabesp não explica o motivo da diminuição da meta. Afirma que, em 2009, o plano foi novamente orçado em R$ 4,1 bilhões e que houve correção inflacionária.

    Entre as obras prioritárias projetadas estão a substituição e a reabilitação de tubulações da rede do Estado. A previsão era reparar 316 km anuais, em média, no Estado. Em 2013, foram apenas 182 km.

    Outra defasagem está na substituição de ramais das tubulações. A proposta era trocar 423 mil por ano. No ano passado, foram só 255 mil.

    Questionada, a Sabesp não informou os resultados dos outro anos.

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