A bandeira do Botafogo repousando a meio mastro na sede de General Severiano, na zona sul do Rio, mostra que o clube está de luto.
Para os desavisados, pode até parecer sinal de tristeza pelo rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro de sua equipe de futebol.
Trata-se, porém, de uma homenagem a Roberto Porto, 74, torcedor ilustre do time que morreu na quinta-feira (4), em virtude de complicações decorrentes de diabetes.
Formado em direito, fez carreira como jornalista esportivo. Entre as décadas de 1960 e 1990, passou pelas redações de "Jornal do Brasil", "O Globo" e "Jornal dos Sports". Também foi assessor de imprensa da seleção e trabalhou nos canais ESPN.
Carreira à parte, era acima de tudo um botafoguense. Daqueles incomuns, que frequentavam confrarias.
Dividiu máquinas de escrever e mesas de bar com outros botafoguenses saudosos da imprensa, como João Saldanha e Armando Nogueira.
Nos anos 1990, quando a "Placar" precisou decifrar os rostos de times históricos (e outros nem tão inesquecíveis assim) do Botafogo para uma edição especial da revista, foi a "Robertão", como amigos o chamavam, que recorreu.
Afinal, quase todos são capazes de reconhecer Nilton Santos, Garrincha e Heleno de Freitas, mas Roberto Porto era um dos poucos capazes de se lembrar das faces de Ruarinho e Neyvaldo, jogadores do time de 1954.
Deixa dois filhos, Roby, narrador da SporTV, e Cristiana, e um enteado, Mário Henrique, advogado de outro clube carioca, o Fluminense.