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    Quase a metade dos adultos no Brasil é sedentária, aponta IBGE

    DIANA BRITO
    DO RIO

    10/12/2014 10h00

    Quase a metade dos adultos (46%) no Brasil são sedentários, segundo Pesquisa Nacional de Saúde. O levantamento foi feito em 2013, pelo IBGE, e aponta que cerca de 67,2 milhões de pessoas não faziam exercício físico.

    O ranking de sedentarismo é liderado pelas mulheres, com 51,5% ou 39,8 milhões, contra 39,8% ou 27,4 milhões dos homens.

    O percentual de mulheres "insuficientemente ativas" varia de 50,3% na região Sul a 56,4% na região Norte –que também lidera o maior número de pessoas sedentárias (48,1%). Entre os homens, essa variação fica entre 37,3% no Nordeste e 41% no Sudeste.

    Mais da metade (62,7%) das pessoas de 60 anos ou mais estava inativa no último ano. Já o grupo menos sedentário é o de idade entre 18 e 24 anos, chegando a 36,7%.

    Das pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto, 50,6% são "fisicamente inativos", sendo este o grupo mais representativo entre os demais. Em relação à raça, os brancos são um pouco mais sedentários (47,9%) do que os pardos (44,8%) e os pretos (42,4%).

    O estudo aponta que um dos fatores que levam ao sedentarismo é o hábito de assistir televisão. O Sudeste lidera a lista de moradores (31%) que aderiam ao costume em 2013. O Rio de Janeiro é o Estado com o maior número (40,4%), seguido por Espírito Santo (29,4%), São Paulo (28,9%) e Minas Gerais (28,1%).

    Editoria de Arte/Folhapress

    GORDURA EM EXCESSO

    A pesquisa revela ainda que 37,2% das pessoas de 18 anos ou mais de idade consomem carne ou frango com excesso de gordura no país, sendo a maioria na região Centro-Oeste (45,7%) e a minoria do Nordeste (29,7%). Deste total, quase a metade (47,2%) dos homens ingerem gordura nesses alimentos, contra 28,3% de mulheres.

    A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Maria Lucia Vieira, uma das responsáveis pela pesquisa, afirma que esse é mais um fator de redução de tempo de vida dos homens.

    O estudo também apontou que a raça preta (39,7%) consome um pouco mais gordura que a branca (35,9%).

    GULOSEIMAS

    Outro hábito de alimentação considerado não saudável é o consumo regular de doces como bolos, tortas, chocolates, balas ou biscoitos em cinco dias ou mais na semana. No Brasil, o percentual de pessoas com esse hábito é de 21,7%. As mulheres consomem um pouco mais de guloseimas (22,4%) do que os homens (20,9%).

    Mesmo assim, 70,3% dos homens consideram sua saúde como boa, contra 62,4% das mulheres. Em relação aos grupos de idade, quanto maior a faixa etária, menor o percentual. 81,6% das pessoas com idades entre 18 a 29 anos dizem considerar sua saúde boa, enquanto 39,7% das pessoas com 75 anos ou mais têm a mesma opinião.

    FRUTAS, VERDURAS e FEIJÃO

    O percentual pessoas com 18 anos ou mais que consumiam a porção recomendada de hortaliças e frutas chegava a 37,3% –sendo a maioria mulher (39,4%), contra 34,8% de homens. A maioria com idade de 60 anos ou mais (40,1%).

    Outro dado que chamou a atenção foi que as pessoas com menos instrução (77,3%) são as que mais consomem feijão, contra 54,9% de pessoas com nível superior. Já com o consumo de frutas e verduras esse número se inverte, e os graduados consomem mais desses alimentos (45,9%) do que os sem instrução e com ensino fundamental incompleto (33%).

    Mesmo assim, o feijão ainda é o prato mais consumido pelos brasileiros (71,9%), atingindo 67,6% das mulheres e 76,8% dos homens. "Pode ser por causa da dieta, mas não levantamos o motivo no estudo", explicou a coordenadora do estudo.

    DOENÇAS CRÔNICAS

    Especialistas também levantaram dados sobre doenças crônicas, que têm como um dos principais fatores o sedentarismo. Ao todo, são 39,3% (146,3 milhões de pessoas) de 18 anos ou mais idade com pelo menos uma doença crônica no país.

    A hipertensão, por exemplo, atinge 31,3 milhões de pessoas no país, e essa proporção aumenta com a idade: enquanto entre os moradores de 18 a 29 anos esta proporção era de 2,8%, entre os de 30 e 59 anos era 17,8 pontos percentuais maior. Do total de pessoas com idade entre 60 e 64 anos, 44,4% foram diagnosticados com a doença.

    A pesquisa aponta também que 12,5% das pessoas com 18 anos ou mais (18,4 milhões) tiveram diagnóstico médico de colesterol alto até 2013. Nas cidades, o índice foi de 13% e, na área rural, de 10%.

    Outro dado que chama a atenção é que foram estimadas aproximadamente 27 milhões de pessoas de 18 anos ou mais (18,5%) com problema crônico de coluna no Brasil –a maioria no Sul (23,3%) e no Nordeste (19,2%).

    A depressão é outra doença diagnosticada na maioria das vezes em mulheres (10,9%), contra 3,9% dos homens. A faixa etária com maior proporção é a de 60 a 64 anos de idade (11,1%), enquanto a de menor proporção é a de 18 a 29 anos (3,9%).

    "Temos que levar em conta que as mulheres vão mais ao médico de saúde mental, enquanto há uma resistência maior dos homens a procurar essa especialidade", afirmou a coordenadora.

    A Pesquisa Nacional de Saúde não foi comparada com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) porque, de acordo com Maria Lucia Vieira, foram feitas com metodologias diferentes. O levantamento divulgado nesta quarta foi feito pessoalmente.

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