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    Crise da água

    Com crise hídrica, caminhões-pipa tomam ruas de SP durante madrugada

    MARTHA ALVES
    DE SÃO PAULO

    13/12/2014 02h00

    Caminhões-pipa estão invadindo as ruas da capital paulista durante a madrugada para atender uma clientela crescente que procura driblar a falta de água.

    Entregadores que antes da escassez praticamente não trabalhavam à noite agora têm de circular quase todas as madrugadas para dar conta da demanda.

    Dono de quatro caminhões de transporte de água potável, o empresário Carlo Falletti de Kaiser diz que a procura aumentou em média 20% desde o início da crise, inclusive durante a noite.

    "Faço a mesma quantidade de entregas durante o dia e à noite. São cerca de cinco entregas de água por caminhão em cada período", diz.

    Avener Prado/Folhapress
    Caminhão-pipa usado para entrega de água potável na alameda Santos, em São Paulo
    Caminhão-pipa usado para entrega de água potável na alameda Santos, em São Paulo

    Em um canteiro de obras na esquina da alameda Santos com a rua Augusta, nos Jardins, região central de São Paulo, o empresário abastece todos os dias o reservatório do local com dois caminhões, um com capacidade para 20 mil litros e outro para 25 mil litros de água.

    "Nessa região fazemos as entregas de madrugada devido à restrição à circulação de caminhões durante o dia", explica Kaiser.

    A água captada em bicas particulares e com laudo de potabilidade é entregue em vários bairros da capital.

    Uma carga de 20 mil litros custa, em média, R$ 320; a de 25 mil sai por R$ 520.

    O motorista Reginaldo Galvão diz que também faz cinco viagens de madrugada para encher o caminhão.

    "Antes fazia entregas no máximo três vezes por semana de madrugada, e agora são cinco todos os dias. É o mesmo número que faço de dia."

    POÇO SECO

    A grande procura pelo produto tem reduzido rapidamente o nível da água tratada das bicas particulares da Grande São Paulo.

    Em uma delas, na zona leste de São Paulo, o motorista José Elias Venâncio, funcionário de uma transportadora, reclama das três horas de espera para conseguir abastecer o tanque com os 20 mil litros que serão entregues a um hospital.

    "Normalmente demora uns dez minutos, mas hoje o reservatório da bica está mais seco", disse, desanimado.

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