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    Crise da água

    Nível de água no sistema Cantareira não registra aumento há oito meses

    EDUARDO GERAQUE
    DE SÃO PAULO

    16/12/2014 02h00

    Principal reservatório da Grande São Paulo, o sistema Cantareira não amplia naturalmente o seu nível de água há exatos oito meses.

    A última vez na qual a régua do manancial não registrou queda nem permaneceu estável em relação ao dia anterior foi em 16 de abril.

    Desde então, a ampliação ocorreu apenas de forma artificial, por causa do bombeamento das águas do volume morto para as suas represas.

    O sistema é responsável pelo atendimento de 6,5 milhões de pessoas –no início da crise, eram 8,8 milhões.

    Nesta segunda (15), estava com 7,2%, queda de 0,1 em relação ao dia anterior. O Cantareira já opera com a segunda cota do volume morto.

    Com o fim do período seco, em setembro, a expectativa do governo Geraldo Alckmin (PSDB) era de que o volume de água armazenado nos reservatórios só crescesse. Mas até agora isso não ocorreu.

    No máximo, a régua do Cantareira permaneceu estável durante oito dias. Já considerando o balanço mensal, a última vez que o nível da água do sistema subiu foi em abril de 2013.

    A chuva sobre a região, que engloba o sul de Minas Gerais e áreas ao redor de Bragança Paulista e Nazaré Paulista, está bem abaixo do esperado.

    Entre outubro e ontem (15) choveu menos da metade da média histórica no próprio Cantareira, o que ajuda a explicar as represas vazias.

    Com o regime irregular de chuvas, que agora precisariam ser constantes (em vez de fortes e curtas, como tem ocorrido), o chamado efeito esponja se sobressai.

    O solo exposto está bastante seco. Dessa forma, a chuva demora para infiltrar e, na sequência, acumular-se. "O deficit de umidade no solo está elevado", diz Augusto Pereira, professor da USP.

    Editoria de Arte/Folhapress

    CHUVAS EM DOBRO

    De acordo com o meteorologista, precisaria chover o dobro do esperado, entre outubro e março, para a situação começar a ficar normal.

    Chuva e efeito esponja ajudam a explicar o baixo nível das águas mas, na outra ponta, o consumo também.

    Apesar de a vazão do Cantareira ter caído por volta de 40% desde o início do ano, especialistas defendem que o controle da demanda, por parte da Sabesp e do governo, precisaria ser maior.

    Uma das ações que todos defendem, inclusive o futuro secretário de Recursos Hídricos, Benedito Braga, é taxar o consumo excessivo de água.

    Entre maio e novembro, 25% dos clientes do Cantareira ampliaram o consumo.

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