• Cotidiano

    Sunday, 05-May-2024 05:53:33 -03

    Mulher que deixou criança em carro para ir à manicure voltará a depor

    DO RIO

    17/12/2014 15h30

    A polícia do Rio chamará Cláudia Vidal da Silva, 33, para depor novamente no inquérito que investiga a morte do menino Gabriel Martins de Oliveira Alves, 2, ocorrido na sexta (12). Os policiais descobriram que antes de ir à manicure para fazer as unhas, Cláudia da Silva deixou em casa o adolescente que a acompanha e passou pela creche indo primeiro ao salão de beleza.

    A criança foi abandonada no interior de um carro, no bairro de Irajá, zona norte da cidade, e encontrada duas horas depois com "insolação extrema", segundo os médicos que prestaram os primeiros socorros ao menino.

    Cláudia da Silva foi indiciada por homicídio culposo (sem intenção de matar) e por abandono de incapaz. A Folha não encontrou a Cláudia da Silva para comentar o caso e nem seu advogado.

    Até o momento, ela está em liberdade. A polícia ainda não marcou a data do novo depoimento de Cláudia da Silva à polícia.

    No dia da morte de Gabriel Alves, Cláudia da Silva chegou à casa da família do menino em um Gol preto, alegando que a van que levava o menino para a creche havia enguiçado.

    Os parentes de Gabriel Alves estiveram na manhã desta quarta (17) na delegacia para acompanhar as investigações.

    "Eu não consigo entender porque ela não deixou meu filho na creche antes. Tinha feito um acordo que a criança não iria sozinha no carro, sempre teria um adolescente. Mas sei que ela deixou o adolescente em casa e foi para o salão, antes de deixar meu filho na creche", disse Karla Martins de Oliveira, mãe do menino.

    Na terça (16), policiais civis do Rio que investigam a morte do menino Gabriel Alves haviam descoberto que Cláudia da Silva havia deixado o menino trancado no veículo para fazer as unhas em um salão de beleza. Hoje, a polícia divulgou a agenda do salão de beleza, comprovando que a mulher já havia agendado a ida ao local, além de buscar imagens de câmeras da prefeitura do Rio instaladas no bairro.

    De acordo com o delegado Felipe Curi, da 27ª Delegacia de Polícia (Vicente de Carvalho), os agentes refizeram o caminho de Cláudia Vidal da Silva, 33, na sexta com a criança para saber o que houve com o menino.

    Além de imagens de câmeras de vídeo no trajeto, os policiais descobriram que Cláudia da Silva já havia marcado hora para fazer as unhas, diferente do que havia dito, inicialmente, à polícia. Em depoimento à polícia, a mulher afirmou que sentiu um mal súbito e quando recobrou a consciência encontrou o menino desacordado.

    A descoberta de que ela mentiu à polícia veio a partir das imagens de câmeras da prefeitura recolhidas pela polícia em ruas da região, além do depoimento da manicure e do proprietário do salão de belezas onde a mulher foi fazer as unhas.

    "Localizamos uma testemunha que realmente deu a versão verdadeira de todos os fatos, de que, ela ia ao salão de beleza para fazer as unhas enquanto o Gabriel ficou no carro", afirmou o delegado Curi.

    Os policiais que investigam o caso dizem que Cláudia da Silva levava Gabriel Alves para a creche quando parou o veículo, por volta das 10h de sexta, em uma rua de Irajá. O carro estava com os vidros fechados em uma região com forte calor. Quando foi encontrado, duas horas depois, o menino havia sofrido "insolação extrema", segundo relato de médicos de um posto público e que prestaram os primeiros socorros à criança.

    Gabriel Alves foi sepultado no domingo, no cemitério de Irajá. Na ocasião, a mãe Carla de Oliveira disse que essa não havia sido a primeira vez que Cláudia da Silva havia esquecido seu filho no carro.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024