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    Santa Casa descumpre prazo e pede mais tempo para pagar salários

    MONIQUE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    17/12/2014 18h03

    A Santa Casa não deve pagar os salários de 669 funcionários que estão atrasados desde o dia 5 nesta quarta-feira (17). Esse foi o prazo dado pela instituição na semana passada para o pagamento.

    Na ocasião, a promessa da entidade impediu a greve tanto de médicos quanto de enfermeiros, que decidiram em assembleia esperar o prazo pedido pela instituição.

    No entanto, em reunião nesta quarta com médicos da casa, a Santa Casa pediu um novo prazo. A entidade diz que na sexta-feira (19) deve ter a resposta de outros empréstimos bancários pedidos.

    Com uma dívida de mais de R$ 700 milhões, a Santa Casa busca uma fonte de crédito para honrar o pagamento dos salários. Em troca, oferece imóveis como garantia.

    Daniel Guimarães - 3.abr.2014/Folhapress
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    Caso a Santa Casa consiga o empréstimo, contudo, só serão feitos os pagamentos dos salários atrasados –e não da primeira parcela do 13º, atrasada desde novembro.

    Também as multas por atraso, correspondente ao acréscimo de um dia trabalhado por cada dia de atraso, deverão ser pagas depois.

    O Simesp (sindicato dos médicos), entretanto, diz que os profissionais devem garantir o atendimento enquanto houver diálogo com a Santa Casa.

    Na reunião desta quarta, foi a primeira vez que o superintendente da entidade se dirigiu aos médicos da instituição e prometeu abrir a caixa preta dos problemas enfrentados.

    "Os médicos entendem que uma greve seria um abalo tão grande na credibilidade da instituição que eles preferem garantir o atendimento para que a entidade tenha condições de retomar a saúde financeira", diz Gatti.

    Os médicos criticam, no entanto, o fato da Santa Casa ter pago salários menores que R$ 6.500 no dia 5 e deixar o restante dos funcionários que ganham acima desse valor sem pagamento.

    "São funcionários com dedicação integral na casa que tem esse salário como principal fonte de renda. Eles ficaram sem nada. A distribuição deveria ter sido feita proporcionalmente", diz Eder Gatti, presidente do Simesp.

    Já o Seesp (Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo) diz que os enfermeiros devem esperar a reunião oficial no Ministério do Trabalho, na quinta (18). Os enfermeiros não participaram da reunião com a superintendência.

    "A reunião com o ministério deve ir no sentido que não há dinheiro mesmo", diz Gatti.

    Ambos os sindicatos planejam assembleias e novas reuniões na semana que vem.

    Procurada, a Santa Casa deve dar uma resposta oficial até o final do dia.

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